Informações sem comprovação científica sobre transtornos mentais nas redes sociais podem dificultar diagnóstico | Foto: Gabriela Salima/ACOM-UNITAU

Redes sociais e saúde mental: informações sem evidências científicas sobre TDAH podem banalizar o transtorno e dificultar os tratamentos

Link curto: https://unitau.me/3CEyAZk

20/06/2023 12h01 ⋅ Atualizada em 22/06/2023 09h25

saúde mental, ALUNO, TDAH, Redes Sociais, Psicologia, Medicina

 

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) virou ‘trend’ nas redes sociais. Bastam alguns minutos no feed e os conteúdos sugeridos trazem o transtorno à tona, bem como outros assuntos relacionados à saúde mental, de maneira humorística ou até mesmo rasa, sem evidências científicas. O que está nas redes, porém, nem sempre condiz com a realidade e é importante a orientação de um profissional para identificar eventuais sintomas e indicar tratamentos.


O que é?

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é qualificado pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da American Psychiatric Association, como um transtorno de neurodesenvolvimento, ou seja, quando as condições aparecem na infância, geralmente antes da vida escolar. O Manual diz ainda que “os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivas até prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência”, por isso há também a preocupação com o diagnóstico e o acompanhamento profissional ao longo da vida adulta, quando iniciam as relações acadêmicas e profissionais, por exemplo.

O diagnóstico

O diagnóstico do TDAH, especificamente, é muito mais complexo e a banalização do termo pode até mesmo comprometer a dimensão do transtorno, segundo especialistas. A identificação do TDAH é complexa e leva certo tempo para ser concluída, sendo necessário o trabalho de uma equipe multidisciplinar. Ainda segundo a American Psychiatric Association, para diagnosticar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade corretamente, são analisados os nove sintomas de hiperatividade e impulsividade apresentados pelo DSM-5. A Prof. Dra. Márcia Gonçalves, docente do curso de Medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU) e especialista em Saúde Mental, explica que este processo precisa ser individualizado. “O diagnóstico é caracterizado por comportamentos crônicos, com a duração de no mínimo seis meses que vão se instalar normalmente na infância, antes dos sete anos. Vale lembrar que cada caso é único. Pessoas que são portadoras de TDAH têm muitas coisas em comum, mas não são necessariamente iguais no seu comportamento”, ressalta.

Há, ainda, diferenças nos sintomas em crianças e em adultos, como explica a Profa. Me. Fernanda Fraga, do Departamento de Psicologia da Universidade de Taubaté (UNITAU), que atua nas áreas da Psicologia Escolar e Educacional, Educação Especial de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação e Análise do Comportamento. “As experiências de vida podem maximizar ou minimizar os sintomas. Então, a diferença entre adulto e criança, é que o adulto pode ter aprendido, ao longo da vida dele, as formas dele funcionar. Já a criança, por ainda não ter esse nível de autoconhecimento, acaba gerando conflitos e desaprovações”, aponta a docente.

A vida acadêmica

A Universidade de Taubaté (UNITAU), por meio da Pró-reitoria Estudantil, conta com uma Comissão de Diversidade e Inclusão, que debate e cria soluções em conjunto com representantes da comunidade acadêmica - professores, alunos e funcionários - sobre questões relacionadas à acessibilidade, saúde mental, acolhimento e incentivo ao desenvolvimento integral de todos(as) os(as) estudantes. Além disso, a UNITAU disponibiliza atendimento aos estudantes por meio do Programa de Apoio Psicossocial (PAPS) e o Programa de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (PAENEE).

Para solicitar o atendimento do PAENEE OU PAPS, basta enviar um e-mail para a Pró-Reitoria Estudantil: pre@unitau.br ou entre em contato com o seu departamento e solicite um encaminhamento.


Compromisso com você. Universidade do Futuro, UNITAU.
Gabi Salima
ACOM/UNITAU