Maria-preta-de-penhacho registrada no Campus de Ciências Agrárias da UNITAU | Foto: Ana Júlia Oliveira

Aluna da Agronomia da UNITAU inicia projeto de registro das Aves do Campus de Ciências Agrárias

Link curto: https://unitau.me/43ZthiY

19/06/2023 17h21 ⋅ Atualizada em 19/06/2023 17h28

Projeto de Extensão, ODS ONU, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável N°4, Obejtivo de Desevolvimento Sustentável nº15, ALUNO

 

Um dia ensolarado no Departamento de Ciências Agrárias, cercado por muito verde e com trilha sonora comandada pelos pássaros que sobrevoam o campus sob o céu azul de outono. Descendo a colina, os alunos estão agachados, com as mãos na terra, trabalhando na horta. Em meio à plantação, uma ave preta se destaca, cuja penugem é lisa e com um pequeno topete no topo da cabeça. O seu alvo é certo: uma borboleta pousada em um maço de alface. Essa foi a cena avistada por Júlia Santos Pereira de Oliveira, egressa do curso de biologia da UNITAU e, agora, aluna do primeiro semestre de Agronomia. 

Tomada pela curiosidade, a câmera fotográfica é a principal companheira de Júlia nesta jornada. Ela pára, observa a ave mais de perto e, após algum tempo em completo silêncio para não assustá-la, consegue capturar o melhor ângulo dela. Foi assim que, despretensiosamente, surgiu o Projeto Aves do Campus. “Eu trato isso como hobby, não é trabalho. Então, sempre que eu tenho um tempo livre, eu vou lá e tiro as fotos. Por enquanto, não tem uma metodologia por trás, não tem horário, não tem locais ou pontos fixos para fazer a observação das aves. Então, faço por diversão e, assim, vou registrando as aves que vivem aqui”, explica Júlia.

A foto feita por Júlia foi identificada pelo professor de Biologia, Julio César Voltolini, que a caracterizou como uma maria-preta-de-penacho. Após a análise, o professor da Agronomia, Paulo Fortes, sugeriu que fosse montado um guia, que se tornaria o Aves do Campus, que deve crescer ao longo do ano, de acordo com as sazonalidades, mostrando a diversidade de espécies que fazem morada no Departamento de Ciências Agrárias.

Exposição virtual

O gosto pela fotografia pode parecer algo completamente diferente das áreas de formação da aluna, mas foi uma paixão despertada aos poucos, a partir das aulas de campo ainda como estudante no curso de Biologia. Com o passar do tempo, Júlia investiu no seu primeiro equipamento e começou a registrar cenas por conta própria. “Então acredito que a Biologia me proporciona uma base muito boa, seja da parte de metodologias das aulas, mas também da parte fotografia, área na qual recebi muitas contribuições”, comenta a aluna.

Em celebração ao mês do Meio Ambiente, a Universidade de Taubaté (UNITAU) lançou uma exposição virtual com a seleção das imagens feitas por Júlia juntamente com uma série de ações que miram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). O álbum completo pode ser conferido aqui

Próximos passos

O projeto vai seguir adiante, com perspectivas para os segundo semestre de coletas de imagens e dados durante as novas estações. “Bom, a gente pretende finalizar essa primeira parte que é o guia ilustrado com uma descrição breve das espécies. Como a gente começou neste primeiro período entre o outono e o começo do inverno, pretendemos explorar o próximo semestre, entre a primavera e o verão, para obter registros de mais espécies, montar descrições e aplicar a metodologia”, prevê a estudante. Esse novo modelo poderá ser usado tanto por alunos da Universidade, quanto os estudantes de fora, como do ensino médio, por exemplo, em uma atividade prática de observação. “Outra ideia que tive recentemente foi fazer uma planilha com todos os dados de avistamento e disponibilizar um guia, até para as escolas poderem usar. Então, se um professor quiser vir aqui com os alunos e desenvolver uma atividade prática utilizando os dados que a gente coletou, montar gráfico, ou até mesmo a metodologia científica, esses dados estarão disponíveis", exemplifica Júlia.

Júlia buscou novas formas de fazer a diferença dentro de sua área e provou que essa semente pode ser plantada ainda na graduação, explorando ideias e se permitindo viver experiências, explorar hobbies e aproveitar todas as oportunidades que a Universidade oferece. “Aproveite tudo! Pergunte para o professor, corra atrás, converse com orientadores de outras faculdades, tente oportunidades aqui dentro, mesmo que seja algo básico”, aconselha Júlia. “Mesmo que você pense que aquilo não é exatamente a sua área, mas participe! Isso vai te ajudar de alguma forma no futuro”, conclui a aluna.

 

Compromisso com o ensino. Universidade do futuro, UNITAU.
Bia Sanas Zamboni
ACOM/UNITAU