Durante a palestra, o paleontólogo exibiu alguns fósseis e réplicas realistas (Foto: Leonardo Oliveira/ACOM UNITAU)

Biologia recebe palestra especial sobre sítios arqueológicos no Vale do Paraíba

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25/04/2023 16h05

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Na última segunda-feira (18), os alunos do 1º período do curso de Ciências Biológicas da Universidade de Taubaté (UNITAU) receberam a visita do Prof. Dr. Luiz Eduardo Anelli, paleontólogo e coordenador da Estação Ciência da Universidade de São Paulo (USP), no Auditório do Bom Conselho, para uma palestra sobre o projeto Trilha dos Dinossauros.

Durante o evento, os futuros biólogos aprenderam mais sobre a história do planeta, a origem da vida e da importância de Taubaté e do Vale do Paraíba no entendimento do período pré-histórico no Brasil, além de conferirem de perto alguns fósseis disponibilizados pelo professor.

O Vale do Paraíba está localizado em uma área de grande riqueza para os estudos geológicos e paleontológicos do Brasil. A geografia da região, um vale cercado pelas Serras da Mantiqueira e do Mar, proporcionou um ambiente no qual os dinossauros puderam prosperar. Toda essa história fez com que Taubaté, com seu Museu de História Natural, fosse incluída na Trilha dos Dinossauros, um circuito com museus de 24 cidades do Estado de São Paulo, que visa popularizar o patrimônio científico e cultural pré-histórico do país.

Entender as origens da vida e a pré-história é necessário para um bom entendimento da Biologia, atualmente, explica o paleontólogo. “Essa história da Terra ter sido habitável, ter se formado no lugar certo na galáxia e no sistema solar, ter todas as condições geológicas para o desenvolvimento da vida e da evolução biológica, eu acho isso muito fundamental, nos dá uma estrutura para entender como a biologia funciona. Acho muito importante que os alunos, os biólogos, aprendam também as bases geológicas da formação e da evolução da vida”, destaca.

Muitos imaginam os dinossauros como algo inacessível e distante, poucos sabem da riqueza de material presente não apenas no território nacional, mas também na região. “Achei a palestra muito importante para nossa formação, até porque, durante a atividade, ele mostrou que os dinossauros não são coisas de outro mundo. Eles viveram aqui no Brasil. Achei isso de extrema importância porque a televisão mostra como coisa de outro país, mas, na verdade, as coisas aconteceram aqui perto da gente, embaixo dos nossos pés, e isso é muito, muito significativo”, celebra Nicolli Cunha Braga, aluna do 1º período do Bacharelado em Ciências Biológicas.

Os futuros biólogos foram presenteados, ao fim da palestra, quando o paleontólogo exibiu alguns fósseis e réplicas realistas, além de explicar cada artefato e como foram adquiridos. “Valeu muito a pena ter vindo, achei bacana ele falando dos fósseis e poder vê-los de pertinho e poder tocar neles. Além de ouvir como foi o processo que ele realizou para obter o material”, comenta Nicolli.

Participante da rota, o Museu de História Natural de Taubaté tem uma parceria com a UNITAU, que pode auxiliar na carreira dos futuros biólogos, como descreve o Prof. Dr. Julio Cesar Voltolini. “Nós temos um convênio com o Museu de História Natural de Taubaté, onde os alunos fazem estágio e são guias dentro do museu. A palestra do Prof. Anelli foi um incentivo maior para que mais alunos tenham interesse em estagiar lá, se interessem por evolução biológica. Muitos dos nossos estudantes que fizeram estágio buscaram continuar seus estudos [sobre a temática]. Como no caso da Profa. Ma. Marília Hidalgo Uchôas, diretora do Departamento de Ciências Biológicas, a experiência que ela teve no museu serviu para que isso fosse um trampolim para continuar os estudos dela”, descreve.

Oficina da Evolução Humana

Entre os frutos da parceria entre a Universidade e o Museu de História Natural de Taubaté está a Oficina da Evolução Humana, uma colaboração entre o Departamento de Ciências Biológicas e escolas públicas da cidade.

No início do mês de abril, ocorreu a sexta atividade da oficina. Os alunos do 9° ano da escola municipal Ernani Barros Morgado visitaram o museu, junto do professor Voltolini, organizador da oficina, e foram monitorados pelos alunos do curso.

“O objetivo dessa atividade é levar para as escolas um pouco sobre a evolução biológica, especificamente trabalhar a evolução humana”, explica o professor.

Os estudantes compararam os crânios de Homo sapiens, emprestados pelo Laboratório da Anatomia Humana da UNITAU, com os de primatas africanos do museu. Ademais, utilizaram fotos de crânios, de fósseis e de hominídeos (antepassados do Homo sapiens), para comparar as peças primitivas com as atuais, indicando as diferenças encontradas.

O sucesso do projeto anima o professor, que compartilhou os planos de fazer dela uma atividade física do museu, além da aquisição de crânios e fósseis, e sempre com os alunos como monitores.

Samuel Guimarães / ACOM UNITAU