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15/02/2025 22h49 ⋅ Atualizada em 17/02/2025 07h46
“Ser repórter é um sacerdócio”. A descrição de Guilhermo Codazzi, parafraseando Ricardo Kotscho, retrata a mais nobre função do jornalismo. A missão é trazer à tona a realidade com um olhar sensível, que toque, mas também que informe, cobre respostas e mobilize pessoas, sempre em prol da verdade.
O Dia do Repórter é comemorado neste 16 de fevereiro. Data da qual a Universidade de Taubaté (UNITAU) pode se orgulhar. Desde 1983, o curso de jornalismo forma profissionais de qualidade, que reportaram a transformação do mundo, até chegarmos aos dias atuais. Por meio de suas palavras, sejam elas escritas ou narradas, gravadas ou ao vivo, estes jornalistas ajudaram a sociedade a se informar.
Eduardo Miranda entrou na faculdade de jornalismo em 1989. Logo de cara, já encarou seu primeiro desafio na reportagem, quando entrou para a Rádio Aparecida em 1990. De lá para cá, são 35 anos como repórter, com passagens pela TV Band Vale até ser nomeado chefe de redação da TV Aparecida. Mesmo exercendo cargos de liderança, Eduardo Miranda nunca esqueceu sua raiz: a reportagem na rua.
“Me apaixonei pela reportagem. A essência do jornalismo está nas ruas. A rua que nos ensina, é na rua que crescemos como profissionais. É na rua que contamos a história de pessoas e essa é a finalidade do jornalismo”, relembra.
Neste período, foram diversas experiências transformadoras, como a cobertura das visitas do papa Bento XVI (2007) e do Papa Francisco (2013). Mas foi a viagem até o Haiti, em 2017, país que foi devastado por um terremoto, que mudou a vida de Eduardo Miranda.
“A gente imaginar um país como esse atingido por um forte terremoto, onde mais de dois terços das estruturas não suportaram os abalos e foram ao chão… A gente imagina a tragédia que foi para aquele povo, já sofrido pela fome e pela miséria. Foram 18 dias, percorrendo o Haiti de ponta a ponta. Não se tem coleta, não se tem rede de esgoto. São pessoas andando pelas ruas 24 horas por dia. O que mais me chocou foi mesmo as crianças. Andando por vielas, nós conhecemos a principal favela de Porto Príncipe, dominada por gangues. Nós vimos crianças com muita fome, mas que tinham no olhar a esperança. Isso me comoveu bastante. No Haiti aprendi muito. Foi uma lição de vida. Cresci como jornalista. Voltei do Haiti muito diferente, como pessoa e como profissional”.
Reportagem multiplataforma
Seja no rádio, TV, jornal impresso, internet ou redes sociais, repórter é repórter. Aquele que pega gosto pela função, acaba se destacando em qualquer meio. Como fez Cláudio Nicolini, atualmente, editor executivo do Grupo Band Vale. Apaixonado pela reportagem, ele teve a maior parte de sua carreira dedicada à televisão. Mas nunca esqueceu o rádio, onde começou na reportagem ainda adolescente.
“Eu comecei no rádio muito cedo. Com 12 para 13 anos, e com 13 anos eu já ia iniciando a reportagem com gravador pelas ruas, sabendo qual música o pessoal mais gostava, porque que gostava daquela música, eram minhas primeiras participações. Depois veio a faculdade de comunicação e o jornalismo profissional, e a partir daí o rádio sempre esteve na minha carreira junto com a televisão”, relembra.
Consumidor voraz do rádio, Claudio Nicolini se lembra da primeira vez em que entrou ao vivo para a Rádio Bandeirantes, muito ouvida por sua família. Na época, ele atuava na TV Band Vale, mas fornecia informações para todos os veículos do grupo.
“O rádio com o seu imediatismo me deu bons momentos. Um momento inesquecível foi em uma rebelião que acontecia na cidade de Taubaté, eu na reportagem da TV Band Vale, se não me falha a memória, 2001 ou 2002, me ligam na época aos primeiros telefones celulares, o pessoal da Rádio Bandeirantes e São Paulo, que queria uma entrada minha para falar da rebelião que já durava dois dias e eu tremendo. Pela primeira vez, falei na Rádio Bandeirantes em São Paulo que era uma emissora que eu ouvia desde pequeno com os meus pais. Foi um momento ímpar. Passei informação e continuei e depois foram anos e anos de reportagens”, explica.
Uma nova comunicação
A reportagem se adapta à comunicação. Enquanto o rádio e a TV seguem como fontes confiáveis de informação, outros meios vão surgindo. Um deles é a internet, que mudou a forma como consumimos conteúdo.
Suellen Fernandes está entre as jornalistas que desbravaram o jornalismo na internet e viu suas notícias atingirem milhões de pessoas por meio das ondas digitais. Egressa da UNITAU no ano de 2007, Suellen passou pelos jornais Valeparaibano e OVale (O segundo deu continuidade ao primeiro). Também trabalhou na TV Aparecida. Em 2012, foi contratada para ser repórter no G1 Vale do Paraíba, dando início a uma trajetória de nove anos no digital, começando na reportagem e passando por edição até chegar à coordenação do veículo. Ainda passou também pelo G1 São Paulo.
“O digital é muito rico, porque a gente consegue monitorar a audiência em tempo real. A percepção do público sobre uma determinada notícia, sobre o que está atraindo interesse, engajamento. Tudo isso eu acho muito legal, além de ter uma dinâmica também da agilidade. Aconteceu, publicou. A gente não depende de muita coisa para conseguir trazer a notícia para o público”.
Em 2013, ela integrou a equipe que cobriu a visita do Papa Francisco ao Brasil. Não se trata apenas de uma cobertura rápida, focada no momento. Na verdade, foram meses de preparação para a visita do Pontifíce.
“A gente produziu uma página especial com dezenas de curiosidades, eu visitei o quarto onde o Papa ia ficar, onde ele ia dormir, então a gente se aprofundou muito e eu pude estar lá, presenciar a fé das pessoas, ver um Papa de perto, nessa cobertura de julho de 2013, em Aparecida. Acho que essa foi a cobertura que mais me impactou”, relembrou a jornalista, que atua na assessoria de imprensa do Exército Brasileiro desde 2021.
O repórter investigativo
Além de relatar, o repórter também tem a função de colocar o dedo na ferida, mostrar algo que o poder público evita. É o repórter investigativo, aquele que traz à luz irregularidades dos setores que deveriam estar fiscalizando.
Essa é a essência do Guilhermo Codazzi, hoje editor-chefe do jornal OVale. Ele se orgulha de ser repórter desde que pisou pela primeira vez em uma redação. E desde o dia 1 se esforçou para honrar o “sacerdócio da reportagem”. Formado em 2003 na UNITAU, ele atuou como repórter investigativo até 2010. Neste período, denunciou crimes e trouxe séries especiais mostrando como funciona o crime organizado, incluindo a corrupção de agentes públicos.
“Por minha atuação no jornalismo investigativo, que envolvia também a denúncia de esquemas de corrupção envolvendo agentes públicos e outros temas, também fui alvo de ameaças e tive a vida colocada em risco. Ainda hoje, como editor-chefe, faço questão de seguir tendo olhos, cabeça, coração de repórter. E isso não apenas no aspecto conceitual, mas também com a mão na massa, em reportagens especiais. O repórter é a alma de uma redação. Tenha ele a função ou o cargo que tiver. Ser repórter é um sacerdócio. Amém”.
Formação de repórteres
Desde 1983, a UNITAU forma repórteres para o mercado de trabalho. Ao longo destas quatro décadas, a universidade se adaptou às mudanças na forma como nos comunicamos para oferecer educação de qualidade, que misture teoria e prática. O jornalismo está de casa nova, agora no departamento de Comunicação e Negócios, na rua Expedicionário Ernesto Pereira, no Centro de Taubaté.
“Nossa estrutura está atualizada, modernizada e pronta para atender os alunos. Nós temos lá especificamente para o curso de jornalismo, que é o que forma os nossos gloriosos, competentes, repórteres. Nós temos o laboratório de rádio. O estúdio-laboratório de TV, nós temos a sala de redação, nós vamos contar agora com sete laboratórios de informática, compartilhados com todo o departamento, nós temos o novo estúdio de fotografia, as salas de convivência, as salas dos professores, duas salas de multi-mails, um mini auditório, então com uma estrutura de mobiliários novos, tudo novinho para poder atender nossos alunos”, explica o Prof. Dr. João Rangel, que também traz à universidade um outro olhar de repórter: o fotográfico.
“Para a formação do repórter, nós contamos com os laboratórios, a sala de redação, principalmente, onde serão discutidas as pautas, a cobertura das matérias, o estúdio e as salas de edição de televisão, então para telejornalismo também, tudo novinho. Do laboratório de rádio, que já é uma tradição também nossa, há muito tempo, tá com a sua seu espaço de podcast, né, sua central de podcast renovada, então mais um instrumento, além já do laboratório também com os equipamentos todos novos. E na parte da fotografia, nós já estamos com o estúdio, um novo espaço, recebemos novos flashes e acessórios para produção de material, inclusive para o fotojornalismo” afirmou.
Vestibular de verão
Para aqueles que desejam ingressar na carreira de jornalista ou no ensino superior em 2025, a UNITAU está com inscrições abertas para o Vestibular de Verão em mais de 40 cursos de graduação presenciais e à distância. A prova é online e gratuita, podendo ser feita à qualquer hora e à qualquer momento. Saiba mais aqui.
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