Foto: Caio Pascoal/ACOM UNITAU

UNITAU lança jornada para debater relações étnico-raciais

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16/05/2023 13h16 ⋅ Atualizada em 16/05/2023 14h37

Mestrado em Desenvolvimento Humano, Mestrado Profissional em Educação, UNITAU, Mestrado

 

Evidenciar as relações étnico-raciais e debater sobre o impacto do racismo estrutural na sociedade. Essa é a proposta da “Jornada UNITAU pela equidade e inclusão da diferença”. O encontro de abertura do projeto acontece nesta quinta-feira (18), a partir das 14h, no Salão de Atos da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG). A atividade é aberta ao púbico e conta com transmissão ao vivo pela TV UNITAU.

O evento é promovido por meio de uma parceria entre o Mestrado em Desenvolvimento Humano (MDH) e o Mestrado Profissional em Educação (MPE). Na ocasião, o público vai conhecer o Projeto IdentidadeS: Passado e Presente, elaborado pelo MDH a pedido do promotor José Carlos de Oliveira Sampaio, e o trabalho da Comissão Especial para Relações Étnico-Raciais da Universidade de Taubaté (UNITAU).

A Profa. Dra. Rachel Duarte Abdala, coordenadora do MDH e uma das idealizadoras do Projeto IdentidadeS, explica que o termo “jornada” foi utilizado porque a ideia é realizar vários eventos com essa temática. Segundo ela, a temática é importante e também faz parte da formação de professores que são multiplicadores de informação e têm importante papel transformador na sociedade.

“É função da Universidade trabalhar as lacunas que existem em relação às mazelas da sociedade. Digo mazelas porque são questões históricas que fazem parte da sociedade e não vão se resolver com ações pontuais. Vale destacar que somos um país plural, diverso e tem lugar para todo mundo”, explica a professora.

Pesquisas

Durante o encontro, as egressas dos Mestrados Raíssa Rodrigues, Fabiana Almeida e Juliana Oliveira, que organizam o evento, apresentam ao público as pesquisas desenvolvidas por elas e cujas temáticas dialogam com as ações dos dois programas, a “Jornada Unitau pela equidade e inclusão da diferença” e o “Projeto IdentidadeS”.

Egressa do Mestrado Profissional de Educação da UNITAU, a professora Fabiana Alves de Almeida defendeu em março deste ano a dissertação “Educação Antirracista na formação inicial de professores – Uma proposta de conscientização”.

Ela explica que a nossa sociedade está fundamentada no racismo estrutural e que as inciativas para enfrentar o problema ainda não produzem os efeitos esperados.

É o caso da Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o estudo da História africana e afro-brasileira no ensino fundamental e médio, público e privado, atualizada em 2008 para a introdução da história dos povos indígenas.

“Eu trabalho com educação básica e superior e percebo que essa lei ainda não foi efetivada. Quando a Universidade abre as portas para discussão desse tema, entende que algo precisa ser feito e que é preciso pensar novas possibilidades, colocar o dedo na ferida. Povos que tiveram seu protagonismo silenciado precisam ter voz e vez”, afirma Fabiana.

História

A Profa. Dra. Mírian Garrido, pesquisadora do Projeto IdentidadeS com a Profa. Dra. Rachel Duarte Abdala e Profa. Dra. Alexandra Rodrigues, lembra que o Brasil foi o maior usuário de mão de obra escrava entre os séculos 16 e 19 e que a grande quantidade de negros africanos trazidos para o país influenciou na formação da nossa sociedade. O problema é que as relações sociais estabelecidas com esses povos, quase sempre, se estabelecem de forma negativa.

“Eles tiveram suas histórias silenciadas, estereotipadas, depreciadas e diminuídas. Daí a importância dessa iniciativa. O debate pode começar dentro da Universidade, por meio do ensino, das pesquisas, das atividades de extensão, mas aos poucos voltam para a comunidade”, afirma a professora Mírian. Assim, espera-se que o tema repercuta e gere mudanças na sociedade.

Segundo as pesquisadoras, o próximo passo do projeto é transformar os estudos em produtos acessíveis à população, com produção de curtas-metragens, podcast, exposições e livros, por exemplo.

Serviço:

Jornada UNITAU pela equidade e inclusão da diferença

Dia 18, das 14h às 18h, no Salão de Atos da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, localizado na rua Rua Visconde de Rio Branco 210, Centro - Taubaté. 

Não é preciso fazer inscrição prévia. 

ACOM/UNITAU