A empresa Monteiro Lobato e Cia, foi a primeira no país a considerar o livro como um objeto de arte e de consumo (Foto: Maria Giulia / ACOM UNITAU)

Dia Nacional do Livro Infantil reforça relevância da literatura no desenvolvimento das crianças

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18/04/2023 17h34

Leitura Infatojuvenil, Letras, Leitura

 

Abril é um mês importante para a literatura brasileira e mundial. Nesta terça-feira (18), é celebrado o Dia Nacional do Livro Infantil, data em que Monteiro Lobato, primeiro autor a escrever para crianças, nasceu. E no próximo domingo (23), é comemorado o Dia Mundial do Livro. Datas como essas ajudam a reforçar a relevância histórica e cultural que os livros carregam na sociedade.

Os livros têm importante papel no processo da alfabetização inicial. Para a Profa. Ma. Cleusa Vieira da Costa, Coordenadora do projeto de extensão ‘‘Contos e Encantos’’ da Universidade de Taubaté (UNITAU), é por meio da literatura infantil que a criança pode se desenvolver dentro do contexto social.

‘‘Por meio dos livros, por meio da leitura dos clássicos infantis, a criança passa a compreender a estruturação de um texto, entender a temporalidade textual e principalmente o porquê a língua é necessária. Então, ela começa a compreender a função social da língua’’, explica a professora.

A inserção nesse universo da literatura fornece importantes elementos para que a criança possa vencer alguns dos desafios presentes no estágio inicial do desenvolvimento do pensamento crítico. ‘‘Nesse momento a criança está vivendo um universo lúdico, um universo de imaginação e de fantasia. E a literatura infantil proporciona isso, proporciona para a criança uma imersão num espaço, num ambiente, num local imaginário”, analisa.

Como ressignificar as obras de Monteiro Lobato

A Profa. Ma. Thais Travassos, docente de Literatura Brasileira, Teoria Literária e Literatura Comparada no curso de Letras da UNITAU destaca a importância da figura do escritor para a literatura infanto-juvenil. “O Monteiro Lobato tem um papel muito importante para a literatura no Brasil, mais do que somente como escritor infantil. Isso porque ele foi o criador da Monteiro Lobato e Cia, a primeira no país a considerar o livro como um objeto de arte e de consumo. Ele trouxe para o Brasil a ideia de consumo de livros de maneira mais abrangente, o que já era comum na Europa e nos Estados Unidos da América (EUA)”.
Por outro lado, há polêmicas envolvendo a vida e obra de Monteiro Lobato ao racismo. ‘‘Essa imagem negativa é verdadeira e precisa ser considerada quando a obra do autor é lida. Isso não invalida, entretanto, a obra do autor como um todo. O seu trabalho infantil e adulto foi e é importante para a literatura brasileira, mas ele também foi um homem racista’’, pontua Thais.
Dessa forma, uma questão que se levanta é: como ressignificar a leitura de suas obras? Ressignificar de acordo com o contexto atual e analisar a partir de um ponto de vista crítico se tornam um caminho. Ao mesmo tempo em que, preservar e avançar para a construção de um mundo mais justo, igualitário e respeitoso.

Caio Pascoal / ACOM UNITAU