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03/04/2023 18h26
Oportunidade, Jornalismo, Egressa, Internacional, UNITAU
Michelle Alves de Lima é uma “caçadora de boas práticas”. Há 13 anos na Organização das Nações Unidas (ONU), após o período mais grave da pandemia, a egressa do curso de jornalismo da Universidade de Taubaté (UNITAU) passou a dedicar seu tempo na produção de minidocumentários ao redor do mundo, passando por países como Kosovo, Somália e Itália.
Entre os significados para o conceito de “boas práticas” está o de atividades que gerem resultados e alto impacto. Para o projeto de Michelle, as boas práticas devem ser replicáveis, consistentes e adaptáveis a outras realidades.
“Faço parte do Departamento de Suporte Operacional da ONU. Visito as missões de paz, identifico boas práticas relacionadas com suporte que estão funcionando e que podem ser implementadas em outras partes da Organização. Faço as entrevistas e produzo minidocs entre 5 e 7 minutos. E seções informais para discutir esses projetos”, explica Michelle.
De acordo com a egressa, a ideia é reduzir a redundância do trabalho da ONU ao redor do mundo e aumentar a eficiência da aplicação das iniciativas. O que dá certo em um lugar também pode dar certo em outro lugar.
Michelle e equipe filmam na praia próxima ao complexo da ONU em Mogadishu, na Somália | Michal Szymanski
“Um dos frutos do projeto foi um primeiro conjunto de vídeos no Kosovo para consumo interno. Falamos sobre a obtenção de certificações internacionais ISO e tecnologia de smart offices (escritórios inteligentes).”
Escritórios inteligentes são estruturas otimizadas e com o suporte de tecnologias para uma maior produtividade e eficiência, com redução de custos.
Em 2022, Michelle esteve no escritório da ONU em Brindisi, localizada na região da Puglia (Itália), no mês de maio. Em julho, ela foi para a Somália. “Filmei cinco projetos na Itália e quatro na Somália. Voltei com 20 horas de filmagens dos locais.”
Na Somália, por exemplo, Michelle conheceu um projeto de reflorestamento que usa drones para o lançamento de sementes. “Lá é perigoso, eles perderam muita floresta, tem muita seca. É uma parceria com as forças armadas do Reino Unido. Se alguém atirar é só um drone. Eles lançam as sementes dentro de bolinhas de carvão. As sementes permanecem protegidas até que venha a chuva, que derrete o carvão e elas podem germinar.”
Já em Brindisi, a jornalista conheceu uma solução para remediar a contaminação de diesel no solo. “Quando isso acontece, a equipe da ONU na Itália envia um técnico para avaliar a poluição e eles procuram soluções biológicas. Uma das soluções que funcionou na Costa de Marfim foi colocar cocô de galinha, que atrai uma bactéria que come o cocô e consome o óleo diesel.”
Funcionários da ONU em Mogadishu embarcam em avião rumo a Baidoa, na Somália | Michelle Alves de Lima
Quando não está viajando, Michelle mora em Nova Iorque e fica sediada no escritório da ONU de lá. “Venho para Nova Iorque desde os 6 anos, gosto porque é um lugar internacional, estou exposta a culturas diferentes.”
A egressa se lembra de seu período no Departamento de Comunicação Social, onde se formou, em 2003. Ela destaca a necessidade de sempre questionar, de estimular a curiosidade.
“É importante ter a curiosidade de perguntar. Essa falsa ignorância vai te levar a novos lugares. Ter feito a faculdade me deu uma estrutura importante para o que estava por vir. Assim que me formei, comecei a trabalhar no Jornal da Tarde e no Estadão. Aprendi muito colocando a mão na massa. Plantei a semente que precisava para poder florescer.”
ACOM/UNITAU