Legenda: Alunas organizam evento que discutirá o atendimento de saúde para pessoas trans (Foto: Leonardo Oliveira | ACOM/UNITAU)

Alunas de Medicina promovem segunda edição do Be.You.Tiful

Link curto: https://unitau.me/3neQsFE

23/03/2023 20h38 ⋅ Atualizada em 24/03/2023 09h45

Medicina, BeYouTiful, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável N°5, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ONU, ODS ONU

 

Com foco na promoção de direitos e na garantia de saúde para pessoas transsexuais, as alunas de Medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU) promovem, neste sábado (25), a segunda edição do “Be.You.Tiful”, no auditório da Engenharia Civil, a partir das 8h30. A iniciativa contará com palestras e rodas de conversas com especialistas na temática.

A primeira edição do evento ocorreu há cerca de cinco anos e focou em dar visibilidade a lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais e demais orientações sexuais e identidades de gênero (LGBTQIA+), através de atividade itinerante em diversos departamentos. Desta vez, a organização busca discutir o acesso à saúde de qualidade para a comunidade trans.

A Profa. Dra Alexandra Magna Rodrigues, Pró-Reitora Estudantil, destaca a importância da Universidade apoiar a promoção do debate desta temática. “Preconceitos, violência e falta de informação sobre questões de saúde e direitos humanos ainda estão presentes na fala das pessoas, inclusive de profissionais de saúde que deveriam ter habilidades para cuidarem da comunidade trans e de maneira geral da comunidade LGBT. Essa discussão deve estar presente no contexto universitário, abrigar esse evento que está sendo organizado pelas alunas do Departamento de Medicina da UNITAU nos faz refletir sobre a necessidade dessa discussão não apenas em eventos, mas no dia a dia de sala de aula”, enfatiza.

A programação será iniciada, às 8h30, com a palestra “Saúde integral à pessoa trans e travesti”, com a Bruna Sanches. Em seguida, haverá o compartilhamento de relatos: “Vivências que TRANSformam – experiência no atendimento em saúde de ambulatório trans”.  Durante a tarde, haverá uma mesa redonda com Miriam Barbosa de Biase, membro da coordenação Mães pela Diversidade do Vale do Paraíba; Alberto Ramalho de Alencar Júnior, médico e membro do grupo Mães pela Diversidade; Alice de Biase, aluna do nono período de Psicologia; Juliana Cintra Campos, enfermeira e educadora sexual; Lisandra Souza de Araújo, presidente da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Taubaté; Bruniely Lemos, conselheira LGBTQIA+ do Estado de São Paulo. Após o debate, haverá a simulação do atendimento ministrada por Bruniely.

A aluna do sétimo período de Medicina e uma das organizadoras da atividade, Lara Faria, afirma que é preciso repensar o método de atendimento ofertado para as pessoas trans. Ela ressalta ainda que a população trans, no Brasil, é estimada em quatro milhões de pessoas e muitas delas deixam de buscar atendimento devido ao acolhimento ineficaz. “A base para o tratamento de qualquer pessoa é o respeito e isso começa pelo nome. O nome social nas folhas de prontuário não está ali ao acaso e precisa ser respeitado. É lei. Além disso, diversas outras questões precisam ser levadas em conta, já que nem todas as pessoas trans apresentam dismorfia corporal e que mesmo assim precisam de cuidados específicos”, pontua.  Ela exemplificou também situações que podem ocorrer. “Uma mulher trans pode e deve fazer rastreio para câncer de próstata quando for necessário. Na verdade quem melhor vai responder a essa pergunta é a comunidade trans que tanto sofre com o preconceito e despreparo do sistema de saúde como um todo. Por isso, nosso evento contará com a participação de pessoas trans que, por ter lugar de fala, nos dirá como os setores da saúde devem melhorar o atendimento”, analisa.

Para participar do evento, é necessário realizar inscrição prévia pelo formulário, há o valor simbólico de R$ 10,00. Todo o valor arrecadado será doado para ajudar pessoas trans. Mais detalhes da ação podem ser conferidos com a organização.

Colaboração: Elifas Magalhães/ACOM UNITAU