No Dia da Água, especialistas alertam para o consumo racional desse recurso natural | Leonardo Oliveira - ACOM/UNITAU

Dia Mundial da Água ratifica necessidade de maior conscientização sobre o recurso

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22/03/2023 14h47

Pesquisa Científica, água, Sustentabilidade, CEUS, UNITAU, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ONU, ODS ONU, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável N°6

 

Há 33 anos, em 22 de março de 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) criava o Dia Mundial da Água, uma iniciativa para promover, por meio da conscientização, um uso mais sustentável dos recursos hídricos. Durante esse período, o Estado de São Paulo vivenciou situações extremas, a exemplo da seca de 2014 no reservatório da Cantareira e das fortes chuvas que provocaram 65 mortes no Litoral Norte neste início de ano.

Para o especialista em hidrologia e coordenador do curso de Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade de Taubaté (UNITAU), Prof. Dr. Marcelo Targa, a política estadual de recursos hídricos implantada em São Paulo em 1981 trouxe ganhos e aprendizado ambiental, mas ainda há muito o que fazer.

“É preciso manter o foco, cada um fazendo a sua parte, as pessoas gastando pouca água em casa e os municípios fazendo políticas para a gestão da água no próprio munícipio. Planos de macrodrenagem são importantes e também os pagamentos de serviços ambientais, para que se mantenham as florestas que possam então conservar o solo e a água.”

Em relação às fortes chuvas, que se tornam cada vez mais frequentes, o especialista alerta para a redução da capacidade de infiltração do solo, o que provoca o escoamento da água, colabora com a ocorrência de acidentes e ainda traz como consequência a redução do volume armazenado nas bacias hidrográficas.

“Chuvas de grande volume e rápidas podem causar acidentes como esses que aconteceram no Litoral Norte. Por que eles são mais frequentes? Porque aumenta o escoamento da água e diminui a infiltração. Esse escoamento tira rapidamente a água da bacia hidrográfica. Quando a água cai numa floresta, ela cai lentamente, vai se infiltrar no solo, vai contribuir com os aquíferos e com a vazão dos rios. Nesse caso, quando ela entra em uma superfície urbanizada ou por conta de ser uma chuva rápida e não ter a floresta, ela vai escoar rapidamente e sair da bacia.”

O Professor Targa é um dos convidados para uma palestra que acontece às 18h desta quarta-feira (22) no auditório da Engenharia Civil. O tema abordado pelo pesquisador é Planos de macrodrenagem como meio para conservação da água em bacias hidrográficas

“No caso de Taubaté, por exemplo, temos o rio Una. A macrodrenagem capta a água de outras oito sub-bacias, ela drena uma grande área. O plano de macrodrenagem tem de viabilizar a recuperação de uma bacia para garantir que o rio tenha água em um fluxo normal, que minimize os problemas de inundação.”

Há um ano, a UNITAU busca fortalecer as políticas de sustentabilidade voltadas ao consumo racional de recursos naturais por meio do Centro UNITAU Sustentável (CEUS).

“Durante esse período, o CEUS vem fazendo o levantamento e a identificação das ações realizadas pela UNITAU e as relações dessas ações com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Elaboramos o projeto pedagógico do curso de Agronomia, tendo como base os ODS e também calculamos a pegada de CO² do Congresso Internacional de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento (Cicted)”, destaca o Prof. Dr. Paulo Fortes, presidente do CEUS e coordenador adjunto do Mestrado em Ciências Ambientais.

De acordo com o pesquisador, dentre as atividades iniciadas em março pelo CEUS, estão o planejamento estratégico para a redução do consumo de água e de energia na Universidade. “A mudança deverá vir com a transição do modelo convencional para o modelo sustentável.”

 

Confira abaixo cinco alertas da ONU sobre o consumo de água:

 

  • 69% do consumo anual de água no mundo é para a agricultura, em atividades como irrigação, pecuária e aquicultura;
  • ao tomar um banho de 10 minutos por dia, uma pessoa consome, em média, o equivalente a mais de 100 mil copos de água potável por ano;
  • pelo menos um mês por ano, a escassez severa de água afeta cerca de 4 bilhões de pessoas, ou quase dois terços da população mundial;
  • crianças com menos de cinco anos são 20 vezes mais propensas a morrer de doenças relacionadas à água imprópria para beber e à falta de saneamento do que devido a conflitos;
  • um hambúrguer de carne de cerca de 100 gramas é responsável pelo gasto de 1.695 litros de água.

Colaboração: Caio Pascoal | ACOM