Tradição e tecnologia complementam os processos necessários a uma educação transformadora | João Rangel - ACOM/UNITAU

Professores e alunos destacam desafios para uma educação transformadora

23/01/2023 13h21

Educação, Aluno, Professor, Tecnologia, UNITAU

 

Termos como sustentabilidade, transformação e inovação impactam pessoas e instituições. Com os avanços tecnológicos, essas palavras passaram a ter um peso maior, exigindo uma nova postura de profissionais, como os educadores. Para marcar o Dia Internacional da Educação, comemorado em 24 de janeiro pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), trazemos uma reflexão sobre a maneira como os professores conduzem o seu trabalho e quais são os desafios em um mundo impactado por transformações sociais e digitais.

A pandemia da Covid-19 potencializou problemas como a falta de interesse nos estudos. Esse é um dos desafios que permeiam o futuro da educação e uma das preocupações da ONU. A Cúpula da Educação Transformadora, realizada em setembro de 2022, trouxe metas como as de alcançar equidade, inclusão, qualidade e relevância para o ensino. Em 2023, o quinto Dia Internacional da Educação traz o tema “investir nas pessoas, priorizar a educação”.

“Na contramão da afirmação de que a escola não muda, observamos que ela não é mais a mesma e que o marco desta revolução foi a pandemia, deixando claro que ela pode acontecer de diferentes modos em todos os lugares e tempos e não mais nos ambientes circunscritos das instituições educacionais”, destaca o diretor do Departamento de Letras da Universidade de Taubaté (UNITAU), Prod. Dr. Silvio Luiz da Costa.

As instituições já utilizam inovações tecnológicas e pedagógicas, mas é o professor que dá sentido e significado ao que está sendo transmitido.

“Quanto ao papel do professor, este continua com a mesma importância e reverência de sempre, porém não mais como a sede de todo saber que tinha a função de transmitir conhecimentos. Agora ocupa o lugar de ser o orientador em um processo dialógico de construção do conhecimento, mostrando caminhos de pesquisa, explicitando teorias e desvendando práticas.”

A posição do prof. Silvio é reforçada pelo diretor do Departamento de Pedagogia da UNITAU, Prof. Dr. Cesar Eugenio. Para ele, não são os aparelhos ou ferramentas que definem um bom ensino.  ‘‘É o professor. É o professor que, de crise em crise, refaz, atualiza, ressignifica o seu papel, o seu lugar dentro do processo de educação.’’

O desenvolvimento de habilidades socioemocionais complementa a formação dos alunos para proporcionar um ensino mais igual para todos. ‘‘O desenvolvimento das habilidades socioemocionais deve se dar com vistas à educação para a equidade’’, complementa o Prof. Cesar.

Crises e transições acontecem o tempo todo e é papel do educador se reinventar e se colocar no lugar do educando. ‘‘Enquanto professora, posso me ver também no papel do educando, pois não só ensinamos, como temos por função aprender com o outro. O futuro do educador é repleto de possibilidades e de restrições que lidamos conforme nossa realidade e contexto. A inovação, unida à tecnologia, são possibilidades de auxílio para se atingir um ideal de educação. O educando tem, por direito, o acesso a esses elementos’’, afirma Maria Julia Dolcinotti, aluna do 3º semestre do curso de Letras e que já visualiza o seu futuro como educadora.

O futuro da educação também é composto pelas práticas extensionistas, que permitem que sejam desenvolvidas habilidades importantes para atuar no ambiente pedagógico. Na UNITAU, por exemplo, a extensão passa a compor 10% do total da carga horária curricular dos cursos de graduação.

Segundo a Profa. Dra. Adriana Cintra, Coordenadora Pedagógica do Curso de Letras, essas práticas exigem dos estudantes universitários a capacidade de transpor conflitos.

“A capacidade de transpor conflitos envolve saber observar, avaliar, planejar e intervir por meio de instrumentos apropriados por esses estudantes’’.

Além de promover o conhecimento, a escola deve ser um espaço de acolhimento e de inclusão, como avalia Gabrielle Seriani, aluna do 7º período de Pedagogia.

“Em uma sala de aula com 20 alunos, por exemplo, não são todos iguais. O maior desafio é você saber lidar com todos os tipos de alunos, principalmente por questões de educação inclusiva. A gente precisa ter muito conhecimento para saber como lidar com alunos especiais, que têm síndrome de down, autismo etc. Precisa ensinar aquele aluno junto com a sala inteira.”

ACOM/UNITAU