Laboratório flutuante da UEA que será utilizado para as pesquisas durante navegação pelo rio Negro | Crédito: Arquivo Pessoal

Egressa da UNITAU participa de pesquisa internacional no rio Negro

12/01/2023 13h52

Egressa, Agronomia, Pesquisa Científica, Amazônia, Meio Ambiente

 

Uma expedição internacional em um laboratório flutuante pretende coletar amostras do solo, água e ar durante 13 dias, em um trajeto de cerca de 1.000 quilômetros pelo rio Negro, na região amazônica. Entre os pesquisadores que integram a campanha Amazon Boat está Caroline Ostermann, egressa do curso de Agronomia da Universidade de Taubaté (UNITAU).

Durante a viagem, iniciada em 10 de janeiro, a atenção de Caroline vai estar nos céus amazônicos. O objetivo da pesquisadora é entender a formação das nuvens na região e de que forma as grandes massas de umidade influenciam o clima em escala mundial.

“Esse é o primeiro experimento dessa magnitude para amostragem atmosférica realizado na Amazônia. Estou pesquisando os compostos orgânicos voláteis na atmosfera. Esses compostos influenciam na formação de nuvens em escala regional e global”, afirma Caroline.

O material coletado pela egressa da UNITAU será analisado na Califórnia por cientistas da Universidade de Irvine (UCI). Caroline está fazendo doutorado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da USP, com uma bolsa sanduíche com a UCI. Ela desenvolveu um equipamento que mostra, em tempo real, de forma contínua, dados para a análise de gases VOC (gases voláteis de compostos orgânicos) que se decompõem na natureza e ajudam a formar as nuvens.

“Estou envolvida nesse projeto com o Prof. Dr. Alex Guenther (UCI). O equipamento que vou usar dá resultados atmosféricos em tempo real. E com isso conseguiremos entender a grande influência das águas amazônicas dentro do clima mundial.”

Outro parceiro nessa pesquisa é o Prof. Dr. Gilberto Fisch, que integra a equipe de docentes dos programas de Mestrado acadêmico e profissional em Ciências Ambientais da UNITAU. “Ele (Fisch) estará relatando, de momentos em momentos, condições de nuvens ao longo do rio”, explica Caroline.

A campanha Amazon Boat conta com a participação de 20 pessoas, entre tripulação e pesquisadores da USP, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), UCI (EUA) e Instituto Max Planck (Alemanha).

O barco usado para a expedição contém três laboratórios e pertence à UEA. A uma velocidade média de 15 km/h, o laboratório flutuante vai navegar diariamente por cerca de 12 horas pelo Rio Negro, com saída e retorno para Manaus.

Com 2.250 quilômetros de extensão, o rio Negro é o maior afluente da margem esquerda do rio Amazonas. É o sétimo maior rio do mundo em volume de água. Após passar por Manaus, une-se ao rio Solimões e, a partir dessa união, passa a chamar-se rio Amazonas.

ACOM/UNITAU