Dia mundial das cidades propõe reflexão sobre o futuro urbano

27/10/2022 14h45

Sustentabilidade, Desenvolvimento, mobilidade urbana, UNITAU, cidades

 

Outubro tem a denominação de “mês urbano” por ser dedicado às discussões sobre as cidades, seus desafios e possibilidades. É nesse mês que a Organização das nações unidas (ONU) desenvolve o circuito urbano, tendo um ciclo de atividades que termina no Dia mundial das cidades (31 de outubro). Em concordância com a temática do mês, a Universidade de Taubaté (UNITAU) promoveu a Semana de Arquitetura e Urbanismo entre os dias 17 e 21 de outubro, tendo como tema a universidade e a cidade.

 Essa não é apenas uma data comemorativa, mas, sim, um convite à reflexão sobre como as cidades são organizadas e de que maneira podemos pensar os cenários urbanos do futuro. Estudos da ONU, por exemplo, mostram que, até 2050, 68% da população mundial viverá nas cidades. Pensar em uma cidade acolhedora e sustentável é fundamental, mesmo que hoje ela ainda não cumpra esse papel.

Nas grandes cidades, a arquitetura hostil é cada vez mais utilizada em construções públicas e privadas, o que provoca restrições no uso de espaços pela população. “A arquitetura hostil esconde o lado cruel da sociedade, relativo àquelas pessoas que têm menos condições. Principalmente, os moradores de rua. O que precisa ser feito são políticas públicas de acolhimento a essas pessoas”, comenta o Prof. Me. Carlos Eugênio Monteclaro César Junior, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNITAU.

Um modelo de cidade voltado para pessoas e que reduza as desigualdades exige um planejamento em longo prazo. “Pensar a cidade do futuro é um grande desafio, porque nós temos tantas questões a serem discutidas, mas creio que uma das mais importantes é a mobilidade urbana. Grande parte das cidades brasileiras não tem planos de mobilidade que estejam associados aos planos diretores”, ressalta o professor.

Desconsiderar a problemática da mobilidade urbana é um dos sinais da falta de planejamento em nossa sociedade. Isso leva a uma expansão descabida, com impactos ambientais.

 “O crescimento desordenado das cidades ocasiona uma série de impactos negativos sobre os espaços naturais. Essa expansão das cidades sem respeitar as limitações do meio ambiente existentes tem promovido uma série de consequências, como a ocupação de áreas de risco, inundações, problemas no abastecimento de água, contaminação de mananciais, queimadas e redução da biodiversidade”, destaca o Prof. Dr. Paulo Fortes, do curso de Agronomia da Universidade e coordenador do Centro UNITAU Sustentável (CEUS).

De acordo com o coordenador do CEUS, a Universidade pode colaborar com o poder público para oferecer soluções aos problemas e ajudar no planejamento urbano. O CEUS apoiou, em junho desse ano, o Encontro ambiental do Vale do Paraíba (Ecovale). “O CEUS pode colaborar com as administrações municipais na elaboração do plano diretor de meio ambiente”.

Joel Ferreira

ACOM/UNITAU