Pesquisadores monitoram clima da Amazônia em torre no coração da floresta

18/10/2022 12h09

Meio Ambiente, Pesquisa Científica, Egressa, Professor, UNITAU

 

Do alto de uma torre de 325 metros, encravada no coração da Amazônia, pesquisadores do Brasil e colaboradores internacionais monitoram o clima da maior floresta tropical contínua do mundo. Esse é o Observatório de Torre Alta (ATTO em inglês), projeto fruto de uma parceria entre o Brasil e a Alemanha, e que conta com a participação do  Prof. Dr. Gilberto Fisch, da Universidade de Taubaté (UNITAU).

O professor, listado entre os 109 mil cientistas mais influentes do mundo, de acordo com a versão atualizada do AD Scientific Index 2023, participou de uma expedição até a torre no início de outubro, dentro da programação de um encontro promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). A partir de Manaus, o grupo se deslocou por cerca de 5 horas em uma viagem de carro, barco e carro novamente.

“O projeto ATTO visa à instalação de uma torre de 325 metros em uma área de floresta tropical intacta, na reserva sustentável do Rio Uatumã. É uma área completamente preservada e, portanto, temos floresta tropical intacta. Esse projeto busca estudar o acoplamento entre a atmosfera e a vegetação, seus aspectos físicos, meteorológicos, químicos, ecológicos biológicos, botânicos etc. É uma parceria entre Brasil e Alemanha, de que participam instituições de ponta, tanto da Alemanha como do Brasil”, explica o pesquisador.

A última vez que o professor esteve no local foi em 2019. O projeto foi criado em 2009. O Prof. Fisch usa os dados obtidos por meio das análises do ATTO em sua pesquisa sobre o acoplamento da atmosfera com a vegetação. Essa pesquisa conta com a participação de alunos do programa de pós-graduação em Ciências Ambientais da UNITAU e também do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“A inserção da Universidade de Taubaté nesse projeto é importante porque dá a oportunidade de participar dessas pesquisas de vanguarda, que buscam caracterizar o acoplamento vegetação-atmosfera na Amazônia e estimar possíveis impactos devido ao desmatamento da Amazônia”, destaca o professor.

A visita à Amazônia também foi uma oportunidade de reencontro do prof. Fisch com Caroline Ostermann, egressa do curso de Agronomia da UNITAU em 2016. Caroline está fazendo doutorado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da USP, com uma bolsa sanduíche com a Universidade da Califórnia. Ela desenvolveu um equipamento que mostra, em tempo real, de forma contínua, dados para a para análise de gases VOC (gases voláteis de compostos orgânicos) que se decompõem na natureza e ajudam a formar as nuvens.

“Desde 2018, eu faço parte do grupo ATTO. Esse projeto acaba contribuindo com dados para a gente descobrir como as nuvens são formadas.  Alimentamos as plataformas de dados para a produção de modelos preditivos climáticos. Espero que, com esse equipamento que eu acabei desenvolvendo, haja uma contribuição maior de dados de forma contínua.”

Caroline reforçou o seu carinho para com o professor e parceiro de pesquisas. “Estou com ele faz anos, desde que estava na Universidade. Vamos fazer colaboração com outros trabalhos, em janeiro, ao longo do rio Negro. Uma pesquisa sobre a formação de nuvens. Sem a formação e a contribuição do prof. Fisch, eu não estaria aqui.”

ACOM/UNITAU