UNITAU sedia treinamento do IBGE para o Censo 2022

22/07/2022 14h44

UNITAU, Pesquisa Científica, Desenvolvimento regional, Pós-graduação, Aluno, Pesquisador

 

Recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que atuarão no maior levantamento de dados do país dos últimos 12 anos concluíram nesta semana na Universidade de Taubaté (UNITAU) a fase de treinamentos. Entre os dias 18 e 22 de julho, o campus da Juta recebeu cerca de 250 pessoas que integram a equipe responsável pelas coletas do Censo 2022 em Taubaté.

O recenseador tem como principal função entrevistar os moradores durante a coleta. As atividades do treinamento na Juta envolveram demonstrações de cadastro de endereços e captura de coordenadas, apresentação dos questionários básico e da amostra com seus respectivos quesitos, além de simulações no dispositivo móvel de coleta (DMC).

A partir do dia 1 de agosto, a nona edição do Censo Demográfico Brasileiro tem início com a visita de 89 milhões de endereços por mais de 180 mil recenseadores. A estimativa do IBGE é de a população do país seja, atualmente, de cerca de 215 milhões de pessoas.

A história dos levantamentos estatísticos do Brasil completa, em 2022, a marca de 150 anos. Desde o primeiro censo realizado pelo Império em 1872, o questionário com nove perguntas foi ampliado para dois modelos, um maior (77 perguntas) e outro resumido (26 perguntas).

Para o Prof. Dr. Moacir José dos Santos, coordenador adjunto do Programa de Mestrado em Planejamento e Desenvolvimento Regional da UNITAU, o desafio está em manter uma continuidade na base de dados para que sejam possíveis análises de séries históricas das informações coletadas.    

“Tudo o que se faz no Brasil é fundamentado na periodicidade do censo, que já está atrasado em dois anos. Os dados serão coletados, tabulados e processados para serem divulgados em 2023. Isso para começar a produzir resultados somente depois. O que também me preocupa é a possibilidade de não ter uma continuidade integral dos censos anteriores. As séries históricas são importantes. Alterações fundamentais nos questionários são preocupantes porque isso quebra a continuidade da série histórica. O importante é o acréscimo e não a retirada de informações.”

De acordo com o pesquisador, a comunidade científica deve acompanhar com atenção os trabalhos do Censo para que novas pesquisas permitam o planejamento do futuro do país.

“Os estudos estão parados no tempo. Boa parte das informações de que precisamos é do Censo de 2010 e muita coisa aconteceu de lá para cá. Houve a expansão das cidades. O Brasil de 2010 não é o Brasil de 2022. Isso compromete o desenvolvimento do país e das políticas públicas. É como você planejar a sua vida com informações passadas.”

A capilaridade do Censo para identificar a realidade de cada município é um dos itens destacados pelo Prof. Dr. Edson Trajano, economista do Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais (Nupes) da UNITAU e que também integra o corpo docente dos programas de Mestrado de Planejamento e Desenvolvimento Regional e Gestão e Desenvolvimento Regional.

“O Censo do IBGE é a única pesquisa que chega a todos os municípios brasileiros. A grande vantagem é que você tem uma base de dados municipal. Apesar de defasados, é importante que esses dados cheguem o mais rapidamente como um todo.”

Professor Trajano destaca a importância do censo para os trabalhos acadêmicos realizados pela pós-graduação da UNITAU. “Trabalhamos nos programas de mestrado com o desenvolvimento regional e o Censo nos permite informações sobre a realidade socioeconômica, comportamento da renda, do consumo, indicadores sociais das famílias de todos os municípios. Consequentemente isso possibilita um melhor diagnóstico da realidade brasileira.”

As inscrições para os mestrados em Gestão e Desenvolvimento Regional e Planejamento e Desenvolvimento Regional da UNITAU estão abertas. Quem também quiser se aprofundar por essa temática pode acessar a Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional (G&DR).

ACOM/UNITAU