Pesquisa da UNITAU com parceira internacional analisa impactos ambientais na Amazônia e seus efeitos no Vale do Paraíba

18/07/2022 14h42

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Professores, alunos e egressos da Universidade de Taubaté (UNITAU) iniciam, neste segundo semestre, uma nova etapa da pesquisa internacional sobre alterações climáticas na Amazônia com a análise das simulações de cenários futuros e os potenciais impactos para o Vale do Paraíba.

A pesquisa é desenvolvida por meio de uma parceria da UNITAU com a Universidade de Manchester (Reino Unido), com a participação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Pelo lado britânico, além da Universidade de Manchester, também há o envolvimento do UK Met Office (Serviço Meteorológico Britânico, responsável pela previsão do tempo e clima). Os recursos para a pesquisa são financiados pelo Natural Environmental Research Council (NERC), uma agência de fomento na área científica do Reino Unido.

 “O primeiro semestre foi mais dedicado à organização do projeto. Agora devemos avançar com estudos sobre como os cenários projetados podem alterar o transporte de umidade da Amazônia para o Vale do Paraíba e qual é o impacto disso, principalmente no ciclo hidrológico”, afirma o Prof. Dr. Gilberto Fisch, que integra a equipe de docentes dos programas de Mestrado acadêmico e profissional em Ciências Ambientais da UNITAU e é um dos pesquisadores envolvidos.

O transporte da umidade da Amazônia é feito pelos “rios aéreos” ou “rios voadores”. A água proveniente das chuvas é bombeada pelas árvores da Floresta Amazônica e retorna para a atmosfera em forma de umidade. Avanços nos processos de desmatamento da maior floresta tropical do mundo trazem impactos diretos a todo o continente.

De acordo com o pesquisador da UNITAU, as análises dos dados em escala regional devem abranger, prioritariamente, três eixos: água, energia e alimento. “Falamos em seguranças hídrica, energética e alimentar. Os resultados desse projeto trazem novas informações para estudar o ciclo hidrológico dentro do Vale do Paraíba. Nosso mestrado tem esse foco de estudo, nas unidades que consideramos, como a Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.”

Pelo menos dois alunos do mestrado em Ciências Ambientais da UNITAU devem auxiliar o professor na avaliação do material. “Vamos fazer o download dos dados existentes, analisar, entender e definir os campos temporais e espaciais das variáveis dos elementos climáticos. São simulações futuras de 80 anos (até o final do século 21) e com 4 quilômetros de resolução horizontal, o que gera Terabytes de dados. Você baixa o dado que precisa para a sua pesquisa”, explica o professor Fisch.

A pesquisa também conta com a colaboração de Murilo Ruv Lemes, geógrafo formado pela UNITAU, mestre em Recursos Hídricos pela UNIFEI e atualmente aluno de doutorado do Inpe. “Além de aumentar o conhecimento dos efeitos do desmatamento da Amazônia, não só no clima local mas também nas escalas  regional e global, a pesquisa traz resultados importantes para os setores de energia, agricultura, transporte, abastecimento hídrico, saúde, serviços, entre outros.”

Murilo deve passar uma temporada (realizando o doutorado sandwich) de seis meses com a equipe da Universidade de Manchester, com viagem prevista entre o final deste ano e o início de 2023.

“O momento será de avaliação das simulações, isto é, plotar os campos de algumas variáveis climáticas e mecanismos atmosféricos de interesse: precipitação, temperatura do ar, umidade específica e relativa, vento, pressão atmosférica, transporte de umidade, circulação geral da atmosfera, entre outros. Dessa forma vamos poder observar, a partir de cada cenário (taxa de desmatamento) o grau do impacto no clima segundo o modelo.”

O desenvolvimento dos trabalhos também é acompanhado por instituições ligadas à comunidade amazônica. No dia 8 de junho foi realizada uma oficina virtual com a participação do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam). O instituto deve buscar informações sobre o impacto das mudanças climáticas para as populações ribeirinhas, tanto no aspecto social quanto no aspecto econômico e produtivo.

ACOM/UNITAU