18/05/2022 11h42
Extensão, PREX, Prevenção, Projeto de Extensão, Observatório da Violência
Ecos de uma crueldade cometida no dia 18 de maio de 1973 contra a menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo reverberam até hoje em todo o Brasil com o alerta para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A morte de Araceli, à época com apenas 8 anos, passou a ser oficialmente lembrada com a Lei 9.970/2000.
Quase 50 anos depois, esse ainda é um assunto que necessita de atenção especial. O Governo Federal lança nesta data, dentro da programação do Maio Laranja, o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes (PLANEVCA) e o Observatório Nacional da Criança e do Adolescente.
Já a Universidade de Taubaté (UNITAU) mantém projetos de extensão com um olhar interdisciplinar sobre a temática. Um dos projetos é o Observatório da Violência, um núcleo acadêmico de pesquisa do curso de Direito que busca a prevenção por meio da informação.
“No ano passado inteiro, desenvolvemos ações preventivas com a orientação de educadores da rede municipal de Taubaté com o intuito de dar a eles instrumentos necessários para identificar casos que estejam acontecendo entre os alunos, mostrar os caminhos a serem adotados sem a exposição da vítima”, afirma o coordenador do projeto, Prof. Esp. Daniel Estefano Santos.
Durante os encontros com os professores e monitores do programa socioesportivo Comum Unidade em Ação, foram abordadas questões como os diversos aspectos da violência, perfis dos agressores, identificação das vítimas, formas de abordagem e orientações para atendimento profissional. Também participaram dessa iniciativa representantes dos projetos de extensão Grupo de apoio à vítima de violência sexual (Gavvis) e Atendimento psicológico às vítimas de violência.
“A gente fica muito feliz com o resultado desses encontros. Tivemos vários casos solucionados depois que começamos com esse trabalho. Tem uma terminologia que usamos no Direito, que é a criminalidade oculta: o crime que ocorre mas que não chega aos olhos da autoridade competente. Por isso, a importância de se reforçar esse tema, mostrar caminhos para reprimir e prevenir por meio da informação, para que cada um seja um multiplicador”.
O Observatório da Violência também é parceiro em ações de formação da Guarda Civil Municipal de Taubaté. Entre as capacitações, por exemplo, estão as promovidas para os integrantes do projeto Guardiã Maria da Penha, que combate a violência contra a mulher.
O professor Daniel, que também é delegado de polícia, destaca a necessidade da criação de unidades especializadas para um atendimento diferenciado às vítimas e também para um olhar mais cuidadoso. “O crime de estupro, pela sua definição legal, foi ampliado. Ao mesmo tempo, também existem situações familiares movidas por desavenças. Por isso, a importância de se ter delegacias especializadas, para se ter um filtro, um olhar diferenciado”.
Em relação às denúncias, a orientação é de procurar os órgãos oficiais. “As pessoas podem ligar para o 197, 181 ou até mesmo para o 190 da Polícia Militar, se o caso demandar uma emergência”.
Quem quiser conhecer mais sobre o projeto, pode entrar em contato, acessando o instagram @observatoriodaviolencia e mandar uma mensagem.
ACOM/UNITAU
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