Mestrado em linguística aplicada da UNITAU fortalece inclusão e forma primeiro aluno surdo

20/04/2022 18h03

Linguística Aplicada, Setembro Surdo, Mestrado, Pós-graduação, Libras

 

A conquista da Lei nº 10.436, que reconhece a Língua brasileira de sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão, foi um marco na comunidade surda. Para propor a reflexão e o debate sobre os direitos das pessoas surdas e a luta pela inclusão, a data da sanção, 24 de abril, foi escolhida como o Dia nacional da Libras.

Para promover a integração das pessoas surdas na sociedade, a Universidade de Taubaté (UNITAU) desenvolveu diversos projetos relacionados à Libras. Um deles é o Setembro Surdo, mês em que são realizadas palestras que discutem respeito, inclusão e a necessidade do ensino da língua de sinais.

A Profa. Ma. Simone Vecchio, docente da educação a distância e idealizadora do evento, conta que, com projetos como esse, ela cumpre uma missão não só como professora, mas como cidadã, provendo respeito e conscientização. “Acredito que, quando a gente faz um projeto desse, gera empatia e entendimento de quem é a pessoa surda, da identidade que ela carrega”, afirma.

A empatia citada pela professora, unida à popularização da Libras, abre caminhos para os surdos. Erliandro Silva, no mês da Língua brasileira de sinais, teve sua dissertação aprovada no curso de mestrado em linguística aplicada da UNITAU e conta que enfrentou desafios na busca pela carreira acadêmica. “Acompanhar as disciplinas e escrever minimamente um português acadêmico é difícil, especialmente para mim, que tenho o português como uma segunda língua. A minha primeira língua é a Libras”, explica o egresso.

No entanto, Erliandro encontrou apoio do corpo docente desde o primeiro dia, começando pela Profa. Dra. Eliana Vianna Brito Kozma, coordenadora do mestrado. “Eu senti que ela acreditou em mim e eu não estava errado. Dias depois, saiu a minha aprovação no programa”, relembra o recém-mestre. Além disso, compartilha que cultivou muito carinho pela professora Dra. Adriana Cintra de Carvalho Pinto, que o orientou na defesa da dissertação. Segundo Erliandro, a orientadora entende a necessidade de formar professores surdos e ofereceu todo o suporte necessário.

O carinho se estende a todos os docentes que cruzaram a trilha acadêmica do mestre. “Não poderia deixar de falar dos professores incríveis que tive e tenho ótimas lembranças de cada um deles”, elogia.

O estudioso reforça a importância da presença de pessoas surdas no nível superior e no mestrado e guarda a conquista do título com orgulho e gratidão. “Foi um grande dia, com muitas emoções por ser aprovado na defesa e por ter uma orientadora com muito amor e paciência comigo e com confiança na minha pesquisa e na minha competência”, finaliza.

Mariana Capibaribe

ACOM/UNITAU