A educação como primeiro passo para conscientização ambiental

18/03/2022 17h39

Extensão, Sustentabilidade, Biologia, Agronomia, Acontece

 

A necessidade de sensibilizar a população sobre a importância das florestas para a manutenção da vida na Terra é antiga. Em 2012, como forma de promover essa conscientização, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura marcou o dia do início da primavera no hemisfério norte, 21 de março, como o Dia Internacional das Florestas.

A data foi criada com o objetivo de alertar sobre o desmatamento, a intensa exploração dos recursos naturais e os incêndios florestais e reforçar a importância da preservação dos ecossistemas.

No Brasil, esse dia tem um significado ainda mais importante, já que o país acolhe a maior floresta do planeta: a Floresta Amazônica. No entanto, segundo o Prof. Dr. Paulo Fortes Neto, do Departamento de Agronomia da Universidade de Taubaté (UNITAU), os índices de desmatamento cresceram bastante no território nacional nos últimos anos.

“Em vários biomas, nós temos, infelizmente, o avanço do corte de floresta, e isso gera um enorme problema porque reduz bastante a possibilidade de o excedente de CO² ser fixado pelas plantas. Consequentemente haverá um acúmulo desses gases na atmosfera, ocasionado as mudanças climáticas”, explica o especialista.

De acordo com os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a região por meio de imagens de satélites, de janeiro a dezembro de 2021, a Floresta Amazônica viveu o pior ano em uma década. Foram destruídos 10.362km² de mata nativa, o que equivale à metade de Sergipe. Em relação a 2020, ano em que o desmatamento na Amazônia já havia ocupado a maior área desde 2012, a devastação em 2021 foi 29% maior.

O aumento desse dano é prejudicial à saúde humana e animal, considerando que, em todo o planeta, as florestas atuam como habitat para várias espécies e são fontes de alimentos, de medicamentos e de renda para a população. Para frear os estragos, o Prof. Paulo reforça o papel fundamental da educação na promoção de atitudes que podem mudar o futuro do planeta. “Podemos colocar cada professor dentro de sua disciplina para abordar esse tema, porque ele é multidisciplinar, e mostrar a importância das florestas na manutenção do clima”.

Fora da sala de aula, a Universidade leva a conscientização à comunidade na prática. Um exemplo é o projeto de extensão coordenado pelo Prof. Dr. Ademir Fernando Morelli, que elaborou um plano de manejo para o Parque do Itaim, com um conjunto de ações que garantem a gestão e o uso sustentável dos recursos naturais da área. A partir do levantamento dos tipos de vegetação local, considerando a relevância do projeto, foi elaborado, em 2018, o decreto da Unidade de Conservação Municipal do Parque Vale do Itaim, pela Secretaria de Meio Ambiente de Taubaté.

Ainda na extensão, é traçado um caminho para a educação ambiental no Parque da Pedra Branca, área de relevante interesse ecológico. Na graduação, o Prof. Dr. Júlio César Voltolini, do Departamento de Biologia, guia os alunos no mesmo caminho. “Nós também temos atividades no Parque Natural Municipal do Trabiju, em Pindamonhangaba. Desenvolvemos projetos de pesquisa e muitas atividades pedagógicas na área de Biologia e de conservação de espécies”, explica.

O Prof. Voltolini finaliza afirmando que a educação é a melhor maneira de saber sobre o problema. “O principal é sempre a informação, é promover debates, palestras e cursos”.

 

Ariane Galhardo

ACOM/UNITAU