Informação, prevenção e atividade física são ferramentas contra a dependência química

18/02/2022 16h57

Prevenção, PAIS E RESPONSÁVEIS, Solidariedade, Álcool e drogas, Ajuda

 

Em 20 de fevereiro, o Ministério da Saúde lança um alerta para o Dia nacional do combate às drogas e alcoolismo.  A data tem o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos da dependência química, gerando discussões e medidas para a prevenção do consumo.

"É extremamente importante que se fale sobre esse assunto e que haja um dia para esse tema ser abordado de maneira profissional e séria. O assunto álcool e drogas, principalmente o álcool, é difundido socialmente como uma brincadeira e é comum ele ser enaltecido até em músicas. O lazer e a diversão são muito importantes, contudo a nossa sociedade faz uma correlação: que, para se descontrair, você precisa beber”, comenta a Profa. Dra. Débora Inácia Ribeiro, docente do Departamento de Psicologia da Universidade de Taubaté (UNITAU).

A psicóloga avalia que a ideia principal do álcool e das drogas é produzir uma anestesia emocional, uma espécie de fuga das responsabilidades e dos problemas. 

“Esse dia é importante para nos fazer refletir que a concepção social de álcool e drogas precisa ser repensada.”

De acordo com o Relatório mundial sobre drogas 2021, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre drogas e crimes (UNODC), cerca de 36 milhões de pessoas sofreram de transtornos associados ao uso de drogas. No Brasil, estima-se que 6% da população (o que totaliza mais de 12 milhões de pessoas) têm alguma dependência química, segundo pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS). A dependência química é considerada um transtorno mental, o que significa que ela é uma doença. Anualmente, este transtorno causa cerca de 500 mil mortes, segundo levantamento também da OMS. 

"É fundamental entendermos que a dependência química e o uso abusivo de álcool e drogas são uma doença. Sendo doença, ela tem alguma prevenção. Para as pessoas que ainda não a desenvolveram, o cuidado com o uso dessas substâncias é o ideal. Deve-se observar a frequência com que as consome, principalmente o álcool, que é mais explícito. Mesmo que bebam apenas uma cerveja todos os dias, estar bebendo todos os dias já indica que está se tornando uma dependência”, reforça a professora Débora. 

A psicóloga destaca que a informação é uma das ferramentas mais eficazes para a conscientização da população e para a prevenção dessa doença. 

“Uma vez que a pessoa que faz o uso abusivo de drogas e álcool compreende a verdade sobre o uso das substâncias, fica muito mais fácil qualquer tipo de ajuda. Seja internação ou tratamento psicológico, ambos se tornam mais eficazes quando a pessoa percebe, compreende e quer mudar de comportamento”.

Existem grupos e lugares especializados na recuperação desses pacientes. Por exemplo, os Alcoólicos anônimos (AA), os Narcóticos anônimos (NA), os Centros de atenção psicossocial (CAPS AD), ONGs e clínicas de reabilitação. Todos com o mesmo objetivo: reinserir o indivíduo na sociedade e ajudá-lo a combater o transtorno. 

Além disso, a atividade física também é uma ferramenta valiosa para a promoção da saúde e para a prevenção da doença. 

“A atividade física auxilia no ponto de vista fisiológico, tratando os problemas que a droga causa no corpo humano, minimizando os seus efeitos. O uso de drogas traz problemas cardíacos e de ordem comportamental, que causam uma introspecção. A atividade física é um fator preventivo, promove a melhora da autoestima, motiva o indivíduo a lutar todos os dias contra sua doença, o aproxima da família, dos amigos e de ser inserido novamente na sociedade”, pontua o Prof. Esp. Luiz Cembraneli, do Departamento de Educação Física da UNITAU. 

Pedro Boaventura 

ACOM/UNITAU