Ser professor é empreender novas ideias e estratégias em sala de aula

14/10/2021 16h24 ⋅ Atualizada em 15/10/2021 14h34

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Professor. Substantivo que, de acordo com o dicionário Aurélio, é um “indivíduo que ensina, ministra disciplinas, matérias, numa escola ou universidade”. Na prática, o significado é bem maior. Docentes são aqueles que transmitem conhecimento, trazem novas perspectivas e novos olhares para um mundo em constante transformação e incentivam a evolução diária de sua sala de aula. Em uma pandemia, esses agentes transformadores foram desafiados a se reinventarem e a buscarem outras alternativas, que permitissem a aproximação entre os alunos e o ambiente acadêmico, mesmo que de forma remota.

Para a Profa. Dra. Marcela Barbosa de Moraes, coordenadora do curso de Ciências Econômicas da Universidade de Taubaté (UNITAU), é fundamental que o professor do século XXI estimule ainda mais as características inovadoras e empreendedoras nos futuros profissionais.  “É de extrema importância, independentemente da área, que o empreendedorismo seja muito fomentado, principalmente numa instituição de ensino superior, por meio da cultura empreendedora. Isso vai estimular a criação de novos empreendedores e, em consequência, novas empresas, o que gera mais necessidade de mão de obra, mais renda, mais consumo e, assim, tornando-se um movimento positivo na economia”, comenta.

A economista e administradora explica que é comum que pessoas entendam que “empreender” se limite apenas a uma abertura de um CNPJ, o que precisa ser desmistificado, pois, na realidade, empreendedorismo vai muito além disso. “Tem uma definição que eu gosto muito para a palavra empreendedorismo, que é ‘colocar em prática uma ideia’. Empreender não é necessariamente abrir um novo negócio, mas é fazer algo diferente dentro da instituição em que estamos”.

Além de proporcionar o autoconhecimento e de desenvolver o espírito de coletividade na sala de aula, ações de incentivo ao empreendedorismo para os acadêmicos se mostram cada vez mais eficazes no processo de ensino-aprendizagem. Os alunos da Professora Marcela, por exemplo, já aprenderam na prática como gerir um negócio e lidar com uma crise, analisando estatísticas e aperfeiçoando as ferramentas de gestão.

“A gente tem um caso no Departamento que eu costumo dizer que é um grande exemplo de pensamento crítico e de ações empreendedoras. Um aluno bem conhecido da turma vendia maquiagem, mas, em um determinado momento, ele teve um prejuízo absurdo de um fornecedor e acabou ‘quebrando’. Então, ele me perguntou o que ele poderia fazer para retomar sua condição financeira e eu propus que pensássemos juntos, desde o início, fazendo uma análise bem crítica da situação”, expõe.

Foi na sala de aula que Marcelo conseguiu a ajuda e o apoio de sua professora e colegas para reerguer seu negócio. “Fizemos um planejamento e conseguimos identificar uma outra oportunidade para ele, que era a produção e a comercialização de doces como bombons e trufas. Dentro disso, começamos a desenvolver um projeto, pensamos e construímos a empresa e ele, juntamente com sua esposa, começaram a vender os produtos. Hoje, eles já ampliaram o negócio, atendem a região toda e exportam para a Inglaterra, usando todas as ferramentas que utilizamos em sala. Teve um sucesso enorme. Fazemos esses estímulos por meio das atividades práticas, mostrando que é possível empreender”, relata a Doutora em Administração.

E as ideias de explorar os conteúdos de forma prática não param por aí. A docente ainda menciona que alguns projetos, interrompidos por conta das restrições impostas pela pandemia, serão retomados, para que mais alunos possam trocar experiências e serem estimulados a desenvolver um pensamento cada vez mais criativo e dinâmico.

“Estávamos desenvolvendo um estilo de bate-papo parecido com um ‘café filosófico’, para discutirmos cases e ações que possibilitariam um melhor aproveitamento dos negócios, seria um ‘café econômico’, mas não somente para os alunos do curso, mas também para estudantes de outras áreas. Meu papel de empreendedora dentro da Instituição é mudar um pouquinho o pensamento do meu aluno, trazer esse espírito empreendedor que já está no meu D.N.A.”, diz Marcela, que também leciona no Mestrado Acadêmico em Planejamento e Desenvolvimento Regional da UNITAU.

Foto: Leonardo Oliveira

ACOM/UNITAU