Ser professor é inovar em busca de um ensino mais dinâmico e eficaz

13/10/2021 15h34 ⋅ Atualizada em 14/10/2021 19h59

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Com o intuito de homenagear os professores da Universidade de Taubaté, a Central de Comunicação (ACOM) da UNITAU inicia hoje uma série de textos, que trazem perfis de alguns professores da Instituição, que transformaram ou participaram de uma transformação na vida de diversos alunos, principalmente durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. A publicação dos textos segue até o dia 15 de outubro, no Dia do Professor.

A tecnologia educacional é um conceito que se refere aos recursos tecnológicos que podem ser utilizados para potencializar o processo de aprendizagem. Seu foco não são os dispositivos tecnológicos, mas, sim, as possibilidades que sua utilização permite. Dessa forma, o mais importante é estabelecer o objetivo do uso da tecnologia em sala de aula do que as ferramentas em si.

O Prof. Me. José Maria da Silva Junior, docente no Departamento de Comunicação Social da UNITAU e especialista nas áreas de Educação a distância e Inovação acadêmica, explica a importância de utilizar os recursos tecnológicos nas salas de aula com sabedoria. “A tecnologia é apenas um meio, algo que veio para ajudar e facilitar todo o processo de ensino e aprendizagem, mas não é a finalidade principal. Ela deve contribuir para que o aprendizado possa fluir de uma maneira mais adequada e o aluno possa aprender por diferentes ferramentas”, pontua.

Em um momento de mudanças e adaptações, a tecnologia foi a ferramenta mais importante utilizada pelos professores para continuar educando pessoas no mundo inteiro. “Esse momento foi muito consistente para que percebêssemos a necessidade de introduzir novas ferramentas tecnológicas, para que pudéssemos chamar a atenção dos estudantes e, ao mesmo tempo, fazer com que eles e os professores pudessem estar alinhados. Nós todos estamos muito ligados a tudo aquilo que envolve a tecnologia, e isso também não poderia ficar distante da sala de aula”, explica.

O docente também comenta sobre as principais técnicas de ensino que as aulas remotas possibilitaram e que também trouxe mais dinâmica, o que facilitou o processo de aprendizagem. “Com relação às ferramentas pedagógicas, nós temos o que chamamos de metodologias, que são várias. As que têm sido mais utilizadas são as chamadas salas de aula invertidas, em que o aluno recebe o material antes e o momento de encontro com o professor é mais focado nas dúvidas e esclarecimentos. Temos a aprendizagem por pares, em que grupos são formados para a discussão de assuntos que envolvam determinada disciplina. Há ainda a gamificação, que também é uma metodologia que vem sendo bastante utilizada e, também, a aprendizagem por meio de projetos, em que os alunos passam a desenvolver propostas semestrais, em que todo o conhecimento adquirido é aplicado”, cita.

Um dos maiores desafios durante a pandemia foi o de conseguir o foco integral dos universitários nas aulas online. O professor José Maria menciona uma das ferramentas utilizadas pelos profissionais para que o aluno se sentisse motivado e participasse das aulas de forma lúdica. “O entretenimento educativo, ou seja, associar o entretenimento com as questões pedagógicas é um recurso muito interessante, porque a aula não pode ser cansativa, não pode ficar restrita apenas à fala do professor. É preciso que haja algo que realmente prenda a atenção, que seja interessante, que faça com que o aluno não perceba o tempo que ele está ali diante de uma atividade pedagógica”, expõe.

As expectativas com o fim da pandemia é que ainda haja um outro processo de transformação nas salas de aula. Estima-se que os recursos tecnológicos não serão deixados de lado nem pelos alunos e nem pelos professores. A introdução dessas ferramentas passará a acontecer dentro da sala de aula também, mas muitos profissionais alertam que esses recursos precisam ser utilizados com devida atenção, pois não devem ser a única ferramenta capaz de levar o ensino aos estudantes. O professor ainda deve ser o principal elemento de transmissão de conhecimento e as ferramentas tecnológicas devem apenas facilitar a interação entre o docente e o estudante.

A inovação é uma das chaves para um ensino melhor. A participação e a interatividade dos acadêmicos também são muito importantes, mas o empenho e a dedicação dos professores em inovar fazem a diferença na formação de profissionais. “Essa talvez seja a minha maior contribuição, mudar a maneira como nós ensinamos, como o aluno aprende por meio da tecnologia e de um novo modo de ensinar. Uma mudança de comportamento por parte dos professores realmente faz a diferença”, ressalta o especialista.

Para o especialista em tecnologia da informação e desenvolvimento regional, Prof. Dr. Paulo Cesar Ribeiro Quintairos, docente no Departamento de Engenharia da UNITAU, os recursos tecnológicos devem ser aliados para uma aula mais interativa, mas ele pontua que essas ferramentas devem ser introduzidas nas aulas de forma correta, para garantir a eficácia do ensino. “Algumas tecnologias, se mal utilizadas, vão perdendo o sentido. A questão é sobre qual é a tecnologia correta para aquela abordagem que estamos adotando, pois ela não pode virar o foco. A inovação é uma coisa que me agrada muito. É um assunto com o qual eu trabalho bastante”, relata. O professor ainda ressalta que é importante “identificar os problemas dos alunos e buscar soluções tecnológicas para tentar resolver ou minimizar esses problemas”, complementa.

Foto: Leonardo Oliveira

Bianca Guimarães
ACOM/UNITAU