Alunos debatem a importância da língua portuguesa para uma formação humanística

18/08/2021 18h00 ⋅ Atualizada em 19/08/2021 14h40

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Com o intuito de trazer a reflexão aos estudantes sobre a importância do professor da língua portuguesa na formação profissional, o Departamento de Ciências Sociais e Letras e o curso de Medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU) promoveram uma integração online, durante a semana que marcou a volta às aulas. O bate-papo virtual, mediado por dois professores, trouxe quatro alunas do curso de Medicina que relataram suas experiências e contaram em como as aulas de português contribuíram para o desenvolvimento de sua formação humanística. Docentes, alunos, familiares e toda a comunidade puderam prestigiar o evento e interagir pela plataforma zoom.

De acordo com a Profa. Dra. Adriana Cintra de Carvalho Pinto, coordenadora do curso de Letras, as futuras médicas reconheceram o prejulgamento que tinham em relação à disciplina, pois a viam como um conhecimento relacionado à gramática e à produção de textos. A docente menciona com orgulho que “ver como meu trabalho afetou a relação das alunas de Medicina com o objeto e os instrumentos de aprendizagem de língua e linguagem em apenas um semestre me trouxe muita satisfação”, conta.

A futura médica, Ingrid Guedes de Oliveira, expôs que a língua portuguesa contribuiu muito na sua formação literária e ampliou seu conhecimento sobre o próprio idioma e seu processo de construção. Além disso, ela ainda diz que a disciplina trouxe segurança para que ela pudesse escrever artigos científicos com menos dúvidas para discursar em diversos eventos. “O estudo do idioma vai além da gramática e da semântica, é sobre conhecer o dinâmico processo de construção e desconstrução da linguagem para se comunicar de forma efetiva”, reflete.

“É preciso conhecer quem é seu paciente e como ele se comunica, pois podemos nos utilizar de termos médicos e provar nosso vasto conhecimento, porém se o nosso paciente não nos compreender, por melhores médicos que formos, não conseguiremos nos comunicar de forma a estabelecer um bom relacionamento médico-paciente, o que irá interferir diretamente na adesão ao tratamento”, continua.

Para a aluna do 2° semestre do curso de Letras, Júlia Vargas Mafuz, o encontro serviu como combustível para a continuidade nos estudos. “Ver o papel que a nossa língua cumpre na vida formativa dessas alunas foi realmente impactante. Eu sempre digo que professores e médicos vão mudar o mundo juntos. Meus olhos brilharam de ver isso acontecendo na prática”, comenta. “Como mulher, universitária e futura professora digo que podemos transformar realidades por meio da Língua Portuguesa. Não é apenas sobre decorar regras, mas aprender a unir pessoas por meio das palavras e ações. A língua se transforma, assim como nós devemos nos reconstruir todos os dias”, finaliza.

O Prof. Dr. André Luis Ferreira Santos, coordenador do curso de Medicina, relata que o encontro foi de extrema relevância, pois, além de destacar a importância da língua portuguesa, ainda foi um momento de muito aprendizado e integração entre os cursos. Ele também menciona que as aulas promoveram a melhoria nos estudos dos futuros médicos, trouxeram dicas de como selecionar as fontes de estudo, ajudaram na capacidade de síntese para a iniciação científica e, principalmente, sensibilizaram o aluno para uma visão mais humanística.

“Fiquei muito feliz pela oportunidade de constatar o aprendizado, a maturidade e as metas alcançadas pelas alunas. Elas demonstraram a importância dessa integração, que vai além do ensino da língua portuguesa. Os resultados foram consistentes, permitindo que o aluno consiga construir uma visão mais ampla da vida, além de metodologicamente aprenderem a arte de estudar”, diz o coordenador do curso.

Para Amanda Volpe Gomes, aluna do 6º semestre de Medicina, foi muito enriquecedor participar do momento de troca de experiências na vida acadêmica. “A comunicação dentro da profissão que eu escolhi é essencial. Conseguir olhar nos olhos do meu paciente, utilizando uma linguagem que seja acessível a ele, que eu consiga passar para ele o seu diagnóstico, o tratamento e fazendo isso de uma forma compreensível, com certeza torna o meu trabalho muito mais eficaz”, descreve.

A estudante do 6º semestre do curso de Letras, Karina Bittencourt dos Santos, também concorda que a experiência garantiu novas perspectivas na vida acadêmica. “A fala e escrita nos influenciam como seres humanos e em nosso trabalho. Aprender como falar e com quem falar em determinados momentos e transmitir isso de forma humana e respeitosa com os outros indivíduos é muito importante”, expõe.

 Foto: Leonardo Oliveira

Bianca Guimarães
ACOM/UNITAU