Desafios e oportunidades do estudante do século XXI

10/08/2021 12h02

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Em 11 de agosto de 1827, o imperador Dom Pedro I autorizou a criação das primeiras faculdades do Brasil. Cem anos depois, a data foi instituída como o “Dia do Estudante”, que é uma homenagem a todos aqueles que valorizam o conhecimento e o aprendizado. A data se torna ainda mais evidente e importante neste momento de transformação digital e pelos inúmeros desafios causados pela pandemia do novo coronavírus.

Muitas adaptações foram necessárias desde a chegada do vírus no Brasil. A portaria MEC Nº 343, de 17 de março de 2020, que dispunha sobre a substituição das aulas presenciais por aulas de forma online, fez com que os estudantes se adaptassem ao novo formato. É possível perceber os inúmeros benefícios e facilidades que o estudo digital possibilitou, entretanto as horas dispensadas em telas de celulares e computadores também alavancou a preocupação do Ministério da Saúde quanto à saúde ocular. Por isso, profissionais da área da saúde indicam algumas atitudes que podem minimizar os possíveis impactos.

De acordo com a oftalmologista, Profa. Esp. Lucila Ferreira Leite Pinto, da Universidade de Taubaté (UNITAU), estar diante de uma tela por horas faz com que o piscar dos olhos seja 20% a menos que o normal, o que impede de ocorrer a lubrificação ocular. “Recomendo que o aluno preste atenção no piscar e faça intervalos nos estudos a cada 40 minutos, de fechar os olhos ou olhar em um lado que não seja nas ‘telinhas’”, orienta.

A professora também explica que outras ações também podem ser feitas para a manutenção da saúde ocular, como, por exemplo, “Colocar alarmes no celular para não esquecer de fazer esses intervalos de estudos, beber muita água, pois ajuda a lubrificar o olho, ‘descansar os olhos’ após os estudos, lavar o rosto com mais frequência e utilizar colírios de lubrificação de duas a três vezes ao dia”, diz.

Além de ser fundamental o cuidado com a saúde ocular, também é importante que os alunos desenvolvam novas estratégias de aprendizado. A falta de contato físico com professores e com os colegas e a dificuldade de concentração durante a aula de forma online também foram alguns dos desafios encontrados nesse período.

Para a Diretora do Departamento de Pedagogia da UNITAU, Profa. Dra. Maria Teresa Ribeiro, jogos, trabalhos em equipe e outros recursos foram essenciais para um maior engajamento nas aulas. Ações que possibilitaram o protagonismo do aluno na profissão, tornando o professor um mediador que auxilia, esclarece dúvidas e aponta caminhos para o entendimento do conteúdo. “A organização e a disciplina são fundamentais. O bom aluno pensa em grupo, não depende só do professor para aprender. Ele torna o estudo um hábito e, se preciso for, se reúne com outro colega para aprender. Ou seja, ele assume o protagonismo na própria profissão”, pontua.  

“Eu me surpreendi com os alunos nesse período. Eles se ‘juntaram’ com os colegas, mesmo que de forma remota, para se motivarem. Nesse momento difícil, se ajudavam e incentivavam uns aos outros para não desistir”, comenta com entusiasmo a professora.

Mas nem tudo se resume aos inúmeros métodos de aprendizado desenvolvidos desde o início da pandemia. O preparo de um ambiente de estudo e rotinas pré-estabelecidas foram os primeiros passos, para que o período escolar continuasse durante essa fase. A professora e psicóloga Dra. Andreza Maria Neves Manfredini, da UNITAU, explica que o preparo para as aulas é fundamental. Ela comenta que certificar-se de sua alimentação antes da aula e garantir um ambiente de estudos tranquilo, por exemplo, fazem a diferença para um entendimento maior da matéria. “Cada estudante tem um aprendizado diferente do outro. O aluno deve fazer sua avaliação e pensar qual é a maneira que ele prefere para aprender, seja ouvindo, escrevendo ou lendo e, depois, colocar isso em prática”, menciona.

Nesse período de isolamento, os estudantes também precisaram lidar com questões emocionais. A atenção com a saúde mental dos estudantes deve ser redobrada, pois as adaptações, incertezas, alto grau de estresse e ansiedade impactam diretamente nos bons resultados acadêmicos. Por isso, é preciso desenvolver as soft skills, habilidades sociais e comportamentais que os indivíduos têm, como disciplina, inteligência emocional, criatividade e autoconhecimento. "Uma boa formação depende muito de como o aluno pode se dedicar ao aprendizado. Isso faz muita diferença", conclui a psicóloga.

Foto: Leonardo Oliveira

Linda Uberti
ACOM UNITAU