Pandemia e transformações tecnológicas reforçam relevância da Medicina do Trabalho

22/07/2021 11h32 ⋅ Atualizada em 17/09/2021 11h53

Medicina, Oportunidade, Especialização, Pós-graduação, UNITAU

 

Um alerta acontece todos os anos, em 27 de julho, dia nacional da prevenção ao acidente do trabalho, com o objetivo de chamar a atenção de empregados, empregadores, governos e sociedade civil para a importância de práticas que reduzam o número de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, além de promover um ambiente seguro e práticas saudáveis em todos os setores produtivos.

Com menos de duas décadas de reconhecimento oficial, a Medicina do Trabalho passou a ganhar ainda maior relevância neste momento em que as transformações tecnológicas e as restrições impostas pela pandemia reforçam a ocorrência de afastamentos pelo coronavírus e por doenças ocupacionais.

Levantamento realizado pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (Smartlab) indica que foram registradas no país, no ano passado, 51 mil concessões de benefícios previdenciários com a Classificação internacional de doenças (CID) de códigos B34 (doenças por vírus, de localização não especificada) e U07 (Covid-19). Já em relação ao número de notificações por doenças e agravos monitorados pela Vigilância em Saúde do governo federal, o levantamento soma 210,8 mil casos notificados.

Este cenário remete ao agravamento de doenças físicas e psíquicas em razão dos desafios e das consequências da nova forma de vida e de trabalho.

“Temos doenças ortopédicas, cervicais, na região lombar, ombros cotovelo e punhos. Também temos as doenças mentais, como a depressão a angústia e a síndrome de burnout provocadas pelo aumento das metas, da produção e da própria cobrança pessoal. Além disso, vejo as ‘doenças sociais’, que estão relacionadas ao isolamento. Um exemplo é a pessoa que parou a academia, deixou de fazer atividade física, começou a comer mais”, aponta o Prof. Me. João Daniel Hobeika, coordenador científico do curso de pós-graduação presencial em Medicina do Trabalho oferecido por meio de uma parceria entre a Universidade de Taubaté (UNITAU) e o grupo Pólis.

Em relação às doenças físicas, Hobeika defende o estímulo aos funcionários para atividades de ginástica laboral, seja de forma remota ou presencial. “É preciso focar na prevenção com o trabalho de ginástica laboral acompanhado por um educador físico ou um fisioterapeuta”.

Ele também destaca a necessidade de uma postura acolhedora por parte dos profissionais de saúde. “O médico do trabalho pode entrar em contato com o trabalhador em home office e buscar entender o que está acontecendo. Nessa hora, ele tem que ser acolhedor, se colocar à disposição, saber, por exemplo, se a parte ergonômica está adequada”.

Sobre o campo de atuação do médico do trabalho, Hobeika avalia que é um mercado em expansão e que apresenta oportunidades aos profissionais interessados. “A medicina do trabalho tem 19 anos de existência, não era uma especialidade médica reconhecida. Vejo que é um ramo que deve crescer cada vez mais. As empresas têm obrigação de se resguardar com protocolos e normas reguladoras (NR)”.

O curso presencial de pós-graduação em Medicina do Trabalho é voltado aos profissionais graduados e inscritos no Conselho Regional de Medicina (CRM). As inscrições estão abertas e as aulas previstas para iniciarem em agosto, com todos os protocolos de biossegurança e distanciamento social. Entre as disciplinas previstas no decorrer do curso estão, por exemplo, saneamento ambiental, fisiologia e ergonomia ocupacional, legislação trabalhista e previdenciária, além de psicologia aplicada ao trabalho, entre outras.

Outros cursos de pós oferecidos pela UNITAU e instituições parceiras de forma presencial e a distância podem ser visualizados aqui.

 

ACOM/UNITAU