Oficina promove debates sobre cinema

17/06/2021 17h57 ⋅ Atualizada em 20/06/2021 17h35

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Na véspera do Dia do cinema brasileiro, comemorado em 19 de junho, um grupo de aficionados pela sétima arte se reúne para discutir as desventuras da ingênua Macabéa, retratadas no filme “A hora da estrela” (Suzana Amaral).

O encontro virtual da noite dessa sexta-feira, 18, integra a Oficina de leitura de cinema organizada pelo Prof. Me. Luzimar Goulart Gouvêa, do Departamento de Ciências Sociais e Letras da Universidade de Taubaté (UNITAU).

A oficina chega ao 12º filme analisado e segue com o objetivo de promover uma desconstrução técnica, estética e filosófica do cinema enquanto mera atividade de lazer e formatada pela indústria cultural majoritária. São discutidos filmes nacionais e estrangeiros.

“As pessoas não têm o olhar educado para a imagem cinematográfica. Literatura é educação estética e também quero oferecer essa possibilidade aos participantes da oficina”, comenta o professor.

Em sua primeira edição, a oficina de leitura de cinema acontece todas as sextas, a partir das 22h40, e deve terminar no dia 2 de julho. O projeto conta com uma carga horária de 60 horas e será retomado no segundo semestre. Podem participar alunos e ex-alunos de graduação da UNITAU, além de profissionais da educação.

 “No início, dei aulas teóricas sobre a linguagem do cinema. Aos poucos, eles foram começando a incorporar a linguagem técnica para falar dos filmes. Acho que a oficina superou em muito as expectativas deles”, avalia o Prof. Luzimar.

O Prof. também comenta que a carga horária, a escolha dos filmes, as sugestões de leitura e a profundidade das discussões caracterizam a oficina praticamente como uma disciplina acadêmica.

Cinéfilo colaborador do projeto, Paulo Roberto da Cunha Vasconcellos destaca a importância do “educar para ver” algumas obras consagradas. “As pessoas, principalmente as mais jovens, não aprenderam a assistir a filmes. Trazemos com essa oficina uma didática, não por acaso fizemos a escolha da lista de filmes apresentada a eles”.

Sobre o Dia do cinema brasileiro, Paulo também lembra que a data marca a morte de um grande amigo. “Existe uma infeliz coincidência nessa data. Há dois anos faleceu um grande amigo meu, o Rubens Ewald Filho”.

O jornalista foi responsável por popularizar a crítica cinematográfica do país. Desde criança, Rubens Ewald Filho mantinha o hábito de anotar todos os filmes que via em um caderno, incluindo detalhes da ficha técnica, como nome do diretor, elenco e roteirista, entre outros.

Paulo acredita que esse legado possa ser transmitido a outras gerações para o fortalecimento do cinema enquanto manifestação artística. “O cinema aglutina todas as artes”.

A estudante do primeiro semestre de Letras da UNITAU Eliane Dias de Moraes Paparelli é uma das que demonstra a importância da oficina para mudar sua forma de perceber a linguagem cinematográfica: “Tem muita gente que assiste e não entende a narrativa. Eu mesma tinha essa percepção absolutamente de lazer. Foi algo muito bom. Faço a oficina porque gosto”.

Entre os filmes já assistidos desde o início da oficina, Eliane tem o seu preferido, justamente um clássico do mestre italiano Federico Fellini, “Noites de Cabíria”.

 “O filme conta a história de uma prostituta muito doce e meiga, que confia nas pessoas e não desiste de buscar o amor”.

As lives da oficina de leitura de cinema acontecem por meio da plataforma google.meet. Quem quiser saber mais informações sobre as atividades e entrar em contato com o professor Luzimar, pode procurar o Departamento de Ciências Sociais e Letras da UNITAU.

 

ACOM/UNITAU