Por meio de uma análise histórica, professor da UNITAU compara pandemias antigas com a atual

28/05/2020 18h38

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O Festival Virtual da UNITAU, que ocorre por meio do Instagram da Universidade, trouxe na transmissão ao vivo o tema ‘Análise histórica das pandemias’, conduzida pelo Professor Dr. Moacir dos Santos, Diretor do Instituto Básico de Humanidades da UNITAU, no dia 24 de abril.

O professor da Universidade iniciou a live com a afirmação de que vivemos uma situação desafiadora e de transformações: “Toda pandemia tem efeitos sob a economia, as relações humanas, a ciência e, por vezes, elas são tão impactantes que, quando este momento passa, as pessoas procuram esquecer as lições que ficaram, e isto é muito preocupante.”, disse.

Um exemplo disso, afirmou Moacir, é a gripe espanhola que ocorreu em 1918 e matou milhões de pessoas. Segundo ele, não se sabe ao certo seu país de origem, dizem que começou nos Estados Unidos e foi levada a Europa pelos soldados que combatiam na 1ª Guerra Mundial.

“Naquela época, diversos países não foram transparentes com a população sobre a gravidade da situação pois a imprensa, por conta do esforço de guerra, estava sob controle. Por não estar envolvida na guerra, a Espanha foi o primeiro país a noticiar o que estava acontecendo, gerando o mal entendido de que a gripe tinha origem na Espanha.”, explicou.

Segundo ele, muitos erros daquela época estão se repetindo agora com a pandemia do novo Coronavírus, especialmente sobre a descrença dos efeitos que a doença pode ter. “Muita gente negou a gravidade da gripe espanhola. Naquela época já se sabia a eficácia da quarentena, mas as pessoas não acreditavam naquilo e ainda incentivavam eventos e aglomerações. Podemos observar isto hoje também, líderes políticos, autoridades, empresários e pessoas comuns negam a pandemia atual”.

O Professor apontou que, muitas vezes, a ciência nos recomenda medidas desconfortáveis, o isolamento social, por exemplo, é algo que afeta a economia, os relacionamentos, mas destacou que: “Naquela época, as cidades que aderiram a formas rigorosas de isolamento obtiveram sucesso na redução do alastramento da gripe e do número de mortes e, observamos a mesma situação hoje com os lugares onde o isolamento respeitado.”; Ressaltou ainda que este compromisso com a quarentena é muito necessário pois ela é o único meio que possuímos de reduzir a intensidade da doença e não colapsarmos o sistema de saúde.

Moacir, por meio da comparação com as pandemias que ocorreram no passado, afirma que haverão diversas mudanças no rumo da história. “Exemplo disso e que no mês de março, nossos planos e expectativas eram outras, não sabíamos que a pandemia afetaria tanto nossas vidas”, comparou.

“Em uma perspectiva de curta duração, teremos muita gente evitando aglomerações, o delivery e comércio eletrônico continuarão em alta, teremos novas formas de organizar o trabalho. Em termos de média e longa duração, observaremos uma preocupação maior com a saúde pública, com o uso de máscaras, cuidados de higienização, acesso a viagens e muitos repensarão alguns valores em termos de vida social.”, afirmou.

Por fim, destacou que todas dificuldades possuem oportunidades para melhorias em nossa sociedade: “Exemplos disso são a valorização e preservação do Sistema único de Saúde (SUS) que atende a população como um todo, e a importância de políticas públicas para manter o emprego e a renda pois, o mercado de maneira isolada não é capaz de mantê-los.”.

Confira a live completa aqui!

ACOM/UNITAU

Fernanda Morais