Identidade, empoderamento e conciliação

21/03/2020 23h03 ⋅ Atualizada em 23/03/2020 18h21

Perfil, Pesquisa, Odontologia, Dia da mulher, Docente

 

Era InterOdonto, jogos universitários de Odontologia. O apito do juiz ecoava e, ao lado das quadras, a cantoria da torcida dos estudantes da Universidade de Taubaté chamava a atenção. Esse foi o primeiro contato que Laís Regiane, atualmente Professora Doutora/Pesquisadora, teve com esta Instituição. No mesmo período, durante a graduação, mudanças aconteceram para transformar a sua vida. O sonho do consultório odontológico dava espaço ao que seria a sua grande companheira ao longo de sua trajetória: a pesquisa. “Não me esqueço... A sensação é que este era o meu lugar e que eu estava fazendo o que me fazia e faz feliz: pesquisar, estudar e ensinar!”, descreve Laís sobre a sua primeira experiência com a pesquisa acadêmica.

Passado e presente. Emoções invadem o coração de Laís. Mãe de uma filha de apenas um ano, a pesquisadora a deixava em São Paulo e vinha trabalhar com saudade, por três longos dias, em Taubaté. Anos depois, os seus estudos sobre a confecção de próteses totais colocaram a pesquisa na “linha de frente” dos atendimentos da Clínica de Odontologia da UNITAU, entrelaçando a pesquisa à clínica; e as descobertas em relação ao uso do material de Zirconia em coroas dentárias possibilitaram a conquista de equipamentos de ponta para as pesquisas da Universidade. Pesquisadora e mãe... “As maiores dificuldades são: a falta de investimentos robustos do governo federal para o incentivo à pesquisa e, para nós, mulheres, conciliar carreira e família. Tem dias que, quando me deito, penso: como dei conta de tudo? Mas me sinto tão realizada que não conseguiria deixar nenhum destes dois mundos, só assim me sinto completa e viva”, conta Laís.

A Unicamp foi o cenário em que iniciou o seu espetáculo na área da pesquisa e, agora, na UNITAU, ela assistia ao final da defesa da tese do seu primeiro orientando de doutorado da Instituição. As diferenças? Dois momentos e duas instituições. As semelhanças? Educação e qualidade de ensino!  “A educação é fundamental, pois lhe dá uma identidade, instrumentaliza, empodera e dá voz para a mulher ir em busca dos seus sonhos, de suas vontades e da realização nos diversos âmbitos da vida. A Universidade dá possibilidades extracurriculares para que as mulheres evidenciem seu potencial e sejam incluídas no meio universitário, e onde mais desejarem!”, exprime Laís.

Coordenadora adjunta do Mestrado e do Doutorado de Odontologia, Coordenadora da Comissão Própria de Avaliação (CPA), Professora de Prótese Dental e da Pós-graduação em Odontologia. Muitas titulações. Uma única mulher. É por essa trajetória que o 8 de março, o Dia Internacional das Mulheres, representa para Laís “O dia em que a garra, a determinação, o foco e o jogo de cintura das mulheres são lembrados e comemorados mais que em outros dias. Representa o percurso vivido por outras mulheres para estarmos onde estamos. Representa que estamos construindo uma história nunca antes vivida e que somos fundamentais nesse processo”.

Essa história ora fala de pesquisa, ora fala da maternidade e, outras vezes, sobre educação. Essa foi a trajetória escolhida por Laís Regiane da Silva Concílio. Há outros caminhos possíveis. E, independentemente de qual você escolha, a mensagem que essa mulher quer passar às demais é “Acredite em você, mulher! Isso faz uma diferença na vida de uma menina, de uma mulher. Vivemos em um mundo em que a auto-estima é bombardeada constantemente, então eu tenho certeza que uma mulher empoderada dos seus valores e do seu papel é capaz de realizar coisas maravilhosas. Acredite que você é capaz. Faça acontecer. Mexa-se, estude, lute, corra atrás dos seus ideais e de suas paixões. Não é fácil, mas vale demais a pena!”.

Nathalia Querol - texto

Leonardo Oliveira - fotografia

ACOM/UNITAU